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Sexta, 3 de Março de 2006

Jornal de Notícias
Sexta-feira, 3 de Março 2006

http://jn.sapo.pt/2006/03/03/grande_porto/padre_oficina_s_jose_adeus_a_travest.html

Padre da Oficina S. José no adeus a travesti morto

por Margarida Fonseca

Velório Responsável pela instituição que acolhia maioria dos jovens suspeitos da morte de Gisberta quis celebrar a missa de corpo presente Trasladação para o Brasil será amanhã

Kati confessa que, nos últimos quatro anos, raros foram os encontros que teve com "a amiga Gisberta". Viu-a ontem, pela última vez, dentro de um caixão, no curto velório realizado na capela do Instituto de Medicina Legal, no Porto. A missa foi celebrada pelo padre Alberto Tavares, director da Oficina de S. José, instituição que acolhia a maioria dos 14 suspeitos da morte de Gisberta, todos menores em risco e só um responsável criminalmente porque tem 16 anos. Os outros têm entre 13 e 15 anos.

O padre quis "associar-se à dor" dos amigos de Gisberta, nome que o brasileiro Gisberto Júnior adoptou no sonho de ser transexual, não concretizado por questões de saúde. Morreu travesti, sem-abrigo, toxicodependente, seropositiva, só. O corpo será trasladado amanhã, pelas nove horas, para S. Paulo, no Brasil.

"Estou ali [nas Oficinas de S. José] há muitos anos. Nunca vi uma coisa destas. Os psicólogos infantis dizem que isto é fenómeno de bandos e que basta um começar para os outros irem todos atrás", disse, na homilia, Alberto Tavares, quebrando um silêncio que tem tantos dias (nove) quantos os que passaram após a descoberta do cadáver. E, entretanto, 11 dos menores foram enviados para centros educativos pelo Tribunal de Menores. O de 16 anos encontra-se em prisão preventiva por ordem do Tribunal de Instrução Criminal.

Procura de explicações

Até hoje, a instituição tem mantido as portas fechadas a jornalistas e só dois dias após o envolvimento dos menores no crime aceitou receber um representante da Diocese do Porto, entidade que a tutela e que, agora, procede a um inquérito interno para apurar "o que falhou". Também o Instituto da Segurança Social, que, ao abrigo de acordos de cooperação, remete para a Oficina crianças e menores em risco, quer explicações. Por isso, tem, desde anteontem, uma equipa técnica no edifício de acolhimento, "não para fiscalizar, mas para ajudar a encontrar razões para o caso", conforme disse,ontem, ao JN, fonte do Instituto.

Kati, também transexual, conheceu Gisberta há 15 anos. Pede, em tom de apelo, que não lhe chamem travesti. "Não fez operação ao sexo porque as varizes não deixaram. Foi como mulher que fez sucesso como figura em espectáculos, na noite onde a discriminação magoa".

Foi Kati que ligou à mãe de Gisberta a dar a notícia da sua morte. Sem pormenores. A família soube-os através "da Internet, consultando jornais portugueses". Pediram para trasladar o corpo para S. Paulo. A tarefa, difícil porque cara (custa 4250 euros), foi, todavia, conseguida. "Graças à solidariedade de amigos e de bares e porque a Segurança Social entregou o subsídio de funeral, no valor de 2200 euros", conta Sofia Maia.

Terminados o velório e a missa, que duraram pouco mais de uma hora, o corpo de Gisberta foi transportado para Lisboa. Terra que, na próxima quinta-feira, verá uma vigília marcada para a porta do Patriarcado, promovida pelo grupo "Panteras Rosa/Frente de Combate à Homofobia". "Pela vítima, contra o aumento da repressão judicial sobre menores em risco e contra o silêncio da Igreja", afirmou, ontem, Sérgio Vitorino.


Diário de Notícias
Sexta-feira, 3 de Março 2006

http://dn.sapo.pt/2006/03/03/sociedade/autopsia_indica_transexual_pode_sido.html

Autópsia indica que transexual pode ter sido atirada ao poço ainda com vida

A transexual sem-abrigo morta alegadamente por um grupo de adolescentes, num prédio abandonado no Porto, pode ter sido atirada ao poço ainda com vida. O primeiro sinal foi o facto de o corpo não se encontrar a boiar, mas submerso, o que indica que não estaria morto. Exames complementares, realizados no âmbito da autópsia, encontraram nos órgãos de Gisberta organismos aquáticos idênticos aos que existem na água do poço.

A investigação começa assim a encontrar uma causa para a morte da sem-abrigo. Um nexo causal que poderia ser bastante difícil de averiguar, segundo fonte judicial contactada pelo DN, se o corpo já tivesse sido atirado ao poço sem vida, pois tudo indica que a transexual tenha sido agredida várias vezes por indivíduos diferentes ao longo de vários dias. Daí, os primeiros resultados da autópsia, conhecidos no início da semana, não terem sido conclusivos. Nestes casos, são pedidos exames toxicológicos, histológicos e biológicos, mais detalhados, mas também mais morosos.

O corpo da transexual parte hoje para S. Paulo, Brasil, onde Gisberta nasceu há 46 anos. O último adeus em solo português decorreu, ontem, na capela do Instituto de Medicina Legal do Porto. A homília foi presidida pelo padre director das Oficinas de S. José, onde vivia a maior parte dos 14 jovens indiciados pela morte de "Gis".

O serviço religioso dividiu opiniões. As Panteras Rosa - Frente de Combate à Homofobia, consideraram a escolha do pároco como uma forma de provocação, "pelas coisas que disse durante a missa". Fernando Mariano criticou, em declarações ao DN, que Gisberta tenha sido "sempre referida como uma pessoa do sexo masculino, quando não era essa a identidade que assumia na vida diária". Além disso, embora tenha expressado as condolências, o padre terá ainda dito que, segundo os psicólogos, "as crianças são como os pássaros, que andam em bando", o que, disse o também "Pantera" Sérgio Vitorino, "é uma vez mais a igreja a lavar as mãos da sua responsabilidade em relação a estes jovens".

Já para Rute Bianca, transexual e amiga da vítima, o último adeus foi "lindíssimo". O caixão aberto permitiu aos amigos verificar o "estado lastimável" em que se encontrava o corpo, mas, garante Rute Bianca, o padre "estava chocadíssimo, sem perceber como é que os rapazes podiam ter actuado daquela maneira".


Correio da Manhã
Sexta-feira, 3 de Março 2006

http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=193514&idselect=10&idCanal=10&p=94

Pe. Tavares reza missa por Gisberta

por Joaquim Gomes (Porto)

O director da Oficina de São José presidiu ontem a missa de corpo presente do transexual assassinado a semana passada no Porto. Foi o próprio padre Alberto Tavares, através da funerária, que pediu para celebrar a missa, que decorreu na Capela do Instituto de Medicina Legal do Porto e a que assistiram vários amigos da vítima e representantes de associações.

O padre Tavares fez questão de se apresentar como o director do lar onde vivia a maioria dos miúdos suspeitos de terem cometido o crime (um deles era do Centro Juvenil de Campanhã) e mostrou-se muito emocionado, especialmente quando abriram a urna. Pediu desculpa pelo crime e referiu não ter encontrado explicação para o caso.

Gilberto Salce Júnior tinha 45 anos. O corpo segue hoje de avião para São Paulo, Brasil. Um anónimo, segundo os amigos, arranjou a verba necessária, cerca de quatro mil euros. Gilberto era sem-abrigo e foi assassinado, a 21 de Fevereiro, por 13 menores, que o atiraram para um poço dois dias após ter sido espancado e seviciado pelos jovens com 13 a 16 anos de idade.


Jornal Público
Sexta-feira, 3 de Março 2006

http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=03&d=03&uid=&id=66387&sid=7303

Director da Oficina de São José celebrou cerimónia fúnebre de Gisberta

por Ana Cristina Pereira

Activistas e amigos de transexual morta no Porto angariaram fundos. Corpo seguiu para São Paulo, no Brasil, onde deverá ser enterrado

O corpo de Gisberta repousava no caixão aberto. No final da cerimónia fúnebre que ontem decorreu na pequena capela da delegação do Porto do Instituto de Medicina Legal, o padre Alberto Tavares, director da Oficina de São José, deu-lhe um beijo na testa.

A transexual acumulava formas de exclusão. Era sem-abrigo, imigrante ilegal, seropositiva, trabalhadora do sexo. Terá sido morta por 13 miúdos - 11 internados na Oficina de São José - há uma semana. Em nome próprio e em nome da instituição que dirige há mais de 30 anos, o padre Alberto Tavares apresentou as suas condolências aos familiares e aos amigos da vítima.

"Lamento profundamente, isto para nós é inexplicável", expressou o pároco, com a voz ténue. Os psicólogos dizem "que isto é efeito de grupo", mas Alberto Tavares "nunca" viu "nada assim". Chorou ao saber do crime, havia já revelado na terça-feira, minutos depois de celebrar missa na congregação Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus.

Um pormenor pareceu gerador de alguma inquietação - Alberto Tavares não respeitou a identidade de género de Gisberta, chamou-lhe sempre Gisberto. E terminou a sua curta comunicação avisando que não prestaria declarações aos jornalistas. Mas o beijo que deu na testa de Gisberta foi interpretado por alguns presentes como uma espécie de acto de contrição.

Nos últimos dias, as amigas Rute Bianca e Caty Vandolly revelaram-se incansáveis. Trataram da burocracia e, com a ajuda de outras pessoas, angariaram fundos para a trasladação do cadáver para São Paulo. "O consulado do Brasil disse que ia ajudar, mas não deu um tostão", apontou Sérgio Vitorino, da Frente de Combate à Homofobia Panteras Rosa. "Nem a Igreja Católica", apesar de a maior parte dos suspeitos estar à sua guarda. Os donativos vieram de particulares.

Na próxima quinta-feira, haverá uma vigília em frente ao Patriarcado, em Lisboa. É "uma forma de responsabilizar a Igreja", explicou Sérgio Vitorino. Mobilizam-se a Abraço, as Panteras Rosas, o SOS Racismo, a International Union of Sex Workers, a A-Trans e a Casa do Brasil.



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