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Política & Direitos


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Quarta, 5 de Julho de 2006


Jornal de Notícias
Quarta, 5 de Julho de 2006

http://jn.sapo.pt/2006/07/05/sociedade_e_vida/orgulho_gay_marcha_para_lembrar_gisb.html

"Orgulho Gay" marcha para lembrar Gisberta

por Hermana Cruz

É a primeira vez que se realiza uma iniciativa do género no Porto uma marcha do "Orgulho Lésbico, Gay, Bissexual e Transgénero" (LGBT). A iniciativa, que se realiza no sábado, visa lembrar Gisberta, o transexual e sem-abrigo brasileiro que foi morto, em Fevereiro passado, apesar do lema principal ser a defesa dos direitos humanos.
"Por muito que não queiramos, o grande motivo de estarmos presentes chama-se Gisberta. A morte de Gisberta foi quase a centelha de um grande caminhar para que não se digam mais barbaridades como se tem dito em nome dela", reconheceu João Paulo, um dos membros da comissão organizadora da primeira marcha LGBT do Porto.
Por isso, o ponto de partida da marcha vai ser, pelas 15 horas, no Campo 24 de Agosto."É um acto simbólico para lembrar o motivo desta marcha", referiu ainda João Paulo, ontem, na apresentação da iniciativa. A marcha termina na Praça de D. João I.
"É um episódio que todos conhecem que teve uma situação de violência insuportável. Mas Gisbertas há muitas em maior ou menor grau", sustentou, por sua vez, Maria Vítor, também da comissão organizadora.
Daí que os promotores da iniciativa pretendam que o caso Gisberta sirva para "recordar o quanto ainda há para fazer pela defesa e integração das minorias". "Queremos que esta marcha seja, acima de tudo, uma marcha pelos direitos humanos", declaram.

Desafio à participação

Na apresentação da marcha foi lançado, por isso, um desafio à participação de toda a comunidade. "É um desafio para gritarem connosco", disse Bruno Maia, pedindo a adesão de todos aqueles que, por motivos familiares ou profissionais, têm medo de assumir a sua sexualidade.
"As pessoas que têm problemas de visibilidade que venham na mesma, que tapem a cara, que usem uma máscara mas que marchem connosco!", exortou aquele membro da organização.
No final da marcha, será lido um manifesto com algumas reivindicações, entre as quais a legalização da adopção e do casamento entre pessoas do mesmo sexo. "Pedimos que não haja em qualquer parte da legislação uma distinção de tratamento, que sejam preservados os direitos de todas as minorias", resumiu Ana Afonso.

O Primeiro de Janeiro
Quarta, 5 de Julho de 2006

http://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=eccbc87e4b5ce2fe28308fd9f2a7baf3&subsec=&id=4e301aef78083852402a5e0c2ea816cb

Orgulho LGBT desfila sábado em homenagem a «Gisberta» - Marcha pelo direito à igualdade

por Eduarda Vasconcelos

No próximo sábado, a luta pela igualdade de direitos vai desfilar nas ruas da cidade do Porto. A primeira marcha de orgulho Lésbico, Gay, Bissexual e Transgénero da Invicta presta homenagem a «Gisberta» e apresenta um manifesto de reivindicações.

A cidade do Porto será palco no próximo sábado da primeira marcha de orgulho LGBT (Lésbico, Gay, Bissexual e Transgénero), uma iniciativa impulsionada pelo acontecimento de violência que culminou na morte do travesti «Gisberta» e que por isso é subordinada ao lema «um presente sem violência, um futuro sem diferença». “Queremos lembrar o que sucedeu”, frisou ontem Maria Vítor, membro da comissão organizadora, durante a apresentação da marcha. O desfile tem, assim, a sua concentração marcada para o Campo de 24 de Agosto, cerca das 15 horas, seguindo depois pelas ruas Fernandes Tomás e Sá da Bandeira e desembocando na Praça de D. João I. Neste local será lido publicamente um manifesto que está a ser elaborado em rede via internet por várias organizações, nomeadamente Panteras Rosa, UMAR, portugalgay.pt, SOS Racismo e Amnistia Internacional Portugal. Sendo sobretudo um alerta às consciências de que é imperioso o direito à igualdade para todas as minorias e de que a intolerância não tem qualquer cabimento, a marcha de orgulho pretende, sucintamente, “fazer a ponte entre a comunidade LGBT e a sociedade”, foi destacado na conferência de imprensa pelos responsáveis. João Paulo esclareceu, a propósito, que a LGBT não pede tratamento especial, mas antes que não haja distinção no tratamento e que seja preservado o direito e a protecção de todas as minorias. A comissão organizadora da iniciativa lançou ainda o desafio para que no sábado todos aqueles que de alguma forma se identificam com os pressupostos da marcha, se solidarizarem, trazendo “a sua faixa”.

As marchas de orgulho nasceram de uma rebelião a 28 de Junho de 1969 em Nova Iorque por parte de um grupo de travestis e drag queens que cansados de ser violentados pela polícia num bar resolveram responder às agressões.

Jornal Público
Quarta, 5 de Julho de 2006

http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=07&d=05&uid=&id=87406&sid=9519

Tribunal insiste em perceber motivações dos jovens que mataram Gisberta

por Tânia Laranjo

Mais dois rapazes suspeitos da morte da transexual foram interrogados

Perceber as motivações que levaram um grupo de 13 jovens, todos eles menores, a agredir, espancar, violar e atirar a um poço uma transexual que vivia no centro da cidade do Porto é a principal motivação do Tribunal de Menores, que ontem continuou com a audição de dois rapazes.
No essencial, todos confirmaram o que haviam dito em inquérito, sendo as questões dos juízes dominadas pela necessidade de perceber os motivos que os levaram a agir daquela forma. Para já, as duas teses defendidas assentam no que já havia sido dito no primeiro dia do julgamento. Os menores agrediram Gisberta e lançaram-na ao poço por brincadeira. A expressão "vamos dar lenha ao "Gi"" voltou a ser recordada como sendo usada de forma recorrente, sempre que os jovens pretendiam exercitar a violência.
Dizem então os rapazes, num julgamento que prossegue à porta de fechada e onde a informação oficial se resume ao número de menores que são ouvidos, que também agiram daquela forma por estarem integrados num grupo. Não porque tivessem medo de ser alvo de represálias dos restantes, caso não participassem nas agressões, mas porque se um fazia o outro actuava de forma idêntica. A sessão de ontem decorreu sem incidentes e acabou por terminar mais cedo do que era esperado. Pelas 16h00, os dois menores, que estavam a ser ouvidos separadamente, terminaram o interrogatório. Para hoje foram chamados mais quatro rapazes para depor.

Jovem que denunciou ouvido por último

Até sexta-feira, o Tribunal de Menores poderá terminar de inquirir os 13 jovens, seguindo-se depois as testemunhas de acusação (os elementos da Polícia Judiciária, o médico que fez a autópsia a Gisberta e os responsáveis pelos centros onde os menores estavam internados).
De acordo com informações obtidas pelo PÚBLICO, os menores continuam a mostrar grande abertura em aceitar as sanções propostas pelo Ministério Público. No caso estão apenas indiciados por tentativa de homicídio e tentativa de ocultação de cadáver, o que poderá resultar em penas de internamento, em regime aberto e semi-aberto, até 15 meses.
O último menor a ser ouvido será então o jovem que denunciou o caso a uma professora, tendo o tribunal, nesse caso, cuidados especiais. Terá sido avaliada a possibilidade de haver uma reacção negativa dos restantes jovens à conhecida colaboração dada pelo rapaz às autoridades, o que lhe poderá valer represálias.
O tribunal também não ignora que, embora os rapazes estejam a ser ouvidos separadamente, para evitar que as histórias sejam montadas entre si, os depoimentos são depois comentados entre eles. Durante a fase de julgamento, 12 dos miúdos encontram-se internados na antiga Tutoria do Porto, junto ao Tribunal de Menores, o que possibilita a troca de informações.

Três momentos-chave

Os quatro jovens já interrogados pelo tribunal confessaram ter participado nos três momentos-chave. O primeiro foi a agressão a Gisberta, sem qualquer motivo aparente, altura em que a deixaram bastante maltratada e sem capacidade de pedir auxílio.
O segundo foi a violação, depois de, segundo contaram, terem sentido curiosidade em saber se seria homem ou mulher.
O terceiro, em que os rapazes já estavam já dominados pelo pânico, foi ocultar o corpo de Gisberta, lançando-o a um poço. Nesse momento, lembraram já aos juízes, a vítima pediu-lhes ajuda e implorou-lhes que a levassem ao hospital. A reacção foi tentar provocar um incêndio, ideia substituída pelo lançamento ao poço, onde Gisberta morreu afogada.

Jornal Publico
Quarta, 5 de Julho de 2006

http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=07&d=05&uid=&id=87407&sid=9519

Um valente espanto

por Ana Cristina Pereira

Artigo de Opinião

Há cinco dias que o meu cérebro anda às voltas. Como pode o Ministério Público (MP) sustentar que os menores atiraram Gisberta para um poço de 15 metros de profundidade sem a matar? E como é que isto se conjuga com o crime de ocultação de cadáver?
As agressões ter-se-ão arrastado ao longo de dois dias - dois dias. Os menores tê-la-ão espancado, tê-la-ão sujeitado a sevícias sexuais, tê-la-ão queimado com pontas de cigarro. Tudo por "brincadeira", por "divertimento". Imagino o quanto Gisberta se terá divertido...
Os rapazes terão ateado uma fogueira para se desenvencilharem do corpo e só terão recuado por temerem a denúncia feita pelo fumo e pelo cheiro. Não a mataram, não senhor. Ter-se-ão "limitado" a atirar a agonizante Gisberta ao poço, apesar da sua súplica.
É convicção do MP que quem matou Gisberta foi a água. Os rapazes "apenas" admitiram a hipótese de ela vir a morrer e se conformaram. Não compreendo, não consigo compreender. Se eu espetar uma faca no coração de um transeunte e ele morrer, não fui eu que o matei, foi a faca? E se lhe der um tiro na cabeça? Foi a pistola?
Disparate meu que não sou jurista. A opção pelo homicídio tentado ao invés do consumado é elementar! Gisberta seria uma espécie de MacGyver (herói de televisão da década de 80 que resolvia o mais bicudo dos problemas com um simples fio de cabelo). Qual doença, quais ferimentos, qual quê? Gisberta tinha força e artimanha para sair do poço. Quem, no lugar dela, não teria? Não escalou mais de 15 metros e caminhou até uma cabina para chamar uma ambulância porque não quis...
Quem me dera ser jurista, quem me dera. É que gostaria ainda de perceber outro aspecto que muito me tem intrigado. Como é que se pode, ao atirar uma pessoa viva para um poço, não querer provocar uma morte e ao mesmo tempo desejar ocultar um cadáver? Há cadáveres vivos?
Não compreendo, não compreendo. Cristina, a primeira jovem a desaparecer em Santa Comba Dão, também morreu por afogamento depois de, alegadamente, o cabo reformado a ter tentado estrangular e a ter atirado à água. Porque terá, afinal, o antigo militar sido indiciado pelo crime de homicídio qualificado e não pelo de homicídio tentado, como os 13 rapazes? Será que Cristina era menos dotada do que Gisberta? Ou será que Gisberta - por ser imigrante, sem-abrigo, transexual, prostituta, seropositiva e tuberculosa - era menos pessoa do que Cristina?
Senhor procurador, se um dia (o diabo seja cego, surdo e mudo) um bando de rapazes me apanhar numa esquina, me levar para um prédio devoluto, me espancar, violar e atirar a um poço de mais de 15 metros de profundidade, não pense que sou o MacGyver. Eu nem sequer sei nadar... Peça medidas tutelares exemplares para os meus carrascos, senhor procurador! Uma morte é uma morte. E há menores em regime fechado por tráfico de droga. Traficar droga será mais grave do que espancar, violar e atirar a um poço alguém que pede auxílio?


ver também:
Pedido de Acção
Comunicados de Imprensa


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