O advogado de Marrazzo, Luca Petrucci, descreveu a morte como "perturbante". "Um inquérito tem que ser feito para se apurar se não há algo que ainda não tenha aparecido", afirmou.
De acordo com os investigadores, Brenda disse às amigas que tinha medo por ter sido ameaçada e que se queria suicidar.
As amigas também afirmaram que estava sóbria mas depressiva.
O corpo não tinha sinais de agressão e três garrafas de whisky foram encontradas perto de Brenda. Testemunhas afirmaram terem ouvido uma discussão entre as 4h30 e as 5h30 e, de seguida, o fogo despoletou.
O seu corpo foi descoberto por bombeiros que arrombaram a porta da cave onde habitava. O corpo de Brenda estava no chão, ao lado da cama, onde se encontravam duas malas prontas, três garrafas vazias de whisky Ballantine's e o computador no lavatório cheio de água. Espalhado pelas paredes e pelo chão havia vestígios de líquido inflamável.
"Tenho a certeza de que a mataram. Brenda estava psicologicamente mal, falava em voltar para o Brasil", conta Bárbara, outra transexual amiga da falecida.
Apesar das tendências depressivas que Brenda apresentava, a polícia catalogou logo a sua morte como "homicídio voluntário". Este é o segundo crime ligado ao caso Marrazzo. O primeiro foi o do traficante de droga Gianguarino Cafasso, morto na noite de 11 para 12 de Setembro. Este, além de fornecer cocaína para as festas, fazia os contactos entre transexuais e políticos que frequentavam a Via Gradoli, a zona residencial de Roma onde vivem muitos agentes dos serviços secretos italianos.
O ambiente entre as outras transexuais está pesado. "Desde que rebentou o escândalo, os clientes ficam na rua, ninguém quer ir ao nosso 'ninho'. Têm medo e nós também", desabafou Bárbara, que pensa em regressar ao seu país.