Os alvos da manobra publicitária da Igreja Católica são a luta contra qualquer legalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, a humilhação daqueles que querem recorrer a uma morte com dignidade, a luta contra formas de contracepção "artificiais" como o preservativo, e... como não poderia deixar de ser, o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
Na retórica da Igreja Católica os argumentos mais utilizados são os de "que sempre foi assim" sem se preocuparem com olhar para a vivência real da humanidade em geral, e dos católicos em particular, que ultrapassa em muito a visão redutora do casamento entre homem e mulher para toda a vida que é pregada pela Igreja.
No entanto a Igreja vai mais longe e considera a igualdade no casamento um "ataque" que se deve a uma "crise" que se foi desenvolvendo nas mais "prestigiadas universidades" e nos "movimentos sociais". E passa a apresentar a sua visão da história.
Começa pela revolução industrial dos finais de 1800 que "embora positiva de muitas formas, teve efeitos negativos". E porquê? Porque a vida era local e os "pais [homens] podiam interagir com os filhos regularmente ao longo do dia" e com a revolução industrial esta ligação "perdeu-se" e as pessoas deixaram de ter ligação com a sua família.
Nos anos 50 e 60 a revolução sexual mudou "novamente o conceito de pessoa". Segundo a Igreja as mulheres "seguiram ironicamente o mesmo caminho dos homens: afastaram-se de casa". Mas a revolução sexual separou o casamento do sexo o que, segundo a Igreja, o compromisso era visto como um inimigo do prazer. E o foco estava em adquirir prazer.
Finalmente nos finais do século XX tivemos, segundo a Igreja, a "revolução tecnológica" em que além de "adquirir prazer" passou-se a fazê-lo "depressa".
Para a Igreja Católica o facto de um casal do mesmo sexo se querer unir através do casamento civil é um sinal desta procura pelo "adquirir prazer depressa" e da "separação entre o corpo e a alma".
O texto continua apresentando uma retórica sobre alma e corpo e que apenas a visão da Igreja Católica propicia uma união adequada sobre estas duas facetas da pessoa humana e que o acto sexual reprodutivo é algo de "extasiante".
Para concluir a Igreja apresenta a "confusão e dor que é tão comum entre pessoas de orientação sexual homossexual" e que a Igreja apresenta soluções para que gays e lésbicas possa levar uma "vida casta e e um estilo de vida virtuoso" (sic).
Continuando que as relações entre pessoas do mesmo sexo "minam não apenas a procriação, mas também o elemento central da diferenciação sexual e a sua relação com o bem da união, a santidade da sexualidade humana e o permanente e duradouro efeito do casamento".
Ficamos todos mais esclarecidos...
Mais informações sobre as acções da Igreja Católica nos EUA em: www.usccb.org/prolife/programs/rlp/2009/ .