Segundo uma notícia difundida na Sexta-feira pela estação de televisão SAT1.NRW, os homens atacaram duas mulheres transexuais, perto da principal estação ferroviária da cidade. Os meios de comunicação alemães, regra geral, não divulgam os nomes das vítimas para proteção de privacidade, mas segundo o site G1 as duas mulheres são identificadas como Yasmine, de 50 anos, e Elisa, de 37 anos. Os três homens têm entre 16 e 18 anos de idade e pelo menos dois deles já eram conhecidos das autoridades por roubos e assaltos. Segundo o oficial da polícia de Dortmund, Kim-Ben Freigang, os suspeitos disseram à polícia que "essas pessoas devem ser apedrejadas."
Questão de segundos...
"Numa questão de segundos, fomos cercadas... Eles apanharam pedras de um leito de cascalho na esquina e atiraram-nas a nós", disse Elisa. Um carro da polícia passou na altura pela estação e os agentes detiveram os homens.
Yasmine instalou uma câmara de segurança na residência onde vive com Elisa após os ataques. "O que eles fizeram foi bárbaro. Eles são bárbaros ", afirmou. Acrescentou não poder acreditar que o vergonhoso ato aconteceu "em 2016, na Alemanha, um apedrejamento!" acrescentando que era a primeira vez em 30 anos, que se sentia insegura como mulher transgénero. De acordo com Yasmine e Elisa, os três jovens fizeram-lhes propostas, mas depois de perceberem que Yasmine e Elisa eram mulheres transexuais, apedrejaram-nas.
Apedrejamento é uma pena comum em nove países árabes
Apedrejar pessoas até a morte é uma pena utilizada em nove países de maioria muçulmana. Em Novembro, um tribunal penal na província de Gilan, no norte do Irão, condenou uma mulher a ser executada por apedrejamento por suposta cumplicidade no assassinato de seu marido, Arash Babaieepour Tabrizinejad.
A pena de apedrejamento da mulher, que foi identificada apenas pelas iniciais "A.Kh," foi relatada pela primeira vez no site iraniano LAHIG. De acordo com o site LAHIG, o tribunal impôs a pena para a mulher depois de uma sentença inicial de chicotadas e uma pena de prisão de 25 anos. O tribunal penal na cidade de Rasht, em Gilan, emitiu a sentença.
Transfobia e homofobia são comuns no mundo árabe
Em 2008, a Wikileaks relatou que a República Islâmica do Irão executou "entre 4.000 e 6.000 gays e lésbicas" desde a Revolução Islâmica em 1979. A mesma república força pessoas homossexuais a submeterem-se a cirurgias de correção de sexo ou à pena de morte, sendo que neste país a transexualidade é aceite a nível estatal. O Estado Islâmico matou recentemente dezenas de gays lançando os homens do alto de edifícios. A Arábia Saudita, o Sudão, o Iémen e o Qatar, para citar apenas alguns dos países mais fóbicos, perseguem a população LGBT com a pena de prisão e/ou morte.
Alemanha reage a crimes por refugiados
As lideranças políticas da Alemanha discutem com preocupação os crimes perpetrados por refugiados. As mais de 500 denúncias de violência e agressão sexual no Ano Novo de Colónia e Hamburgo, cuja maioria dos suspeitos é solicitante de refúgio, fizeram a chanceler alemã, Angela Merkel, subir o tom quanto à punição a refugiados que cometerem crimes. A oposição, enquanto isso, usa a série de registros criminais para criticar a política migratória do governo. Com a vinda de emigrantes de países onde a transfobia e a homofobia são aceites e mesmo incentivadas pelos respetivos governos, espera-se um crescimento desses crimes na Europa.