O relatório foi divulgado esta terça-feira pela National Coalition of Anti-Violence Programs e apresenta um aumento da violência de 13% em relação ao ano de 2009, e é um valor similar ao recolhido em 2008.
Negros e mulheres transgéneras são principais vítimas de assassinato
O estudo concluiu que as pessoas negras têm muito maior probabilidade de serem assassinadas e representam cerca de 70% das vítimas mortais registadas. E ainda em pior situação estão as mulheres transgéneras que representam cerca de 44% das vítimas mortais registadas, o que é particularmente grave tendo em conta que as mulheres transgéneras em geral são um número relativamente reduzido de pessoas em toda a população analisada.
Transgéneros com muito maiores probabilidades de serem vítimas de agressão
O estudo também conclui que as pessoas transgéneras têm muito maior probabilidade de serem vítimas de agressão física, intimidação, discriminação. Também têm maior probabilidade de ser vítimas de uma agressão que resulta em sequelas graves. Em comparação com os homens brancos cisgéneros (ou seja: não transgéneros), a probabilidade chega até 2.5 vezes maior no caso das vítimas de discriminação.
Maior grupo de vítimas são homens homossexuais
Olhando para os números totais cerca de metade das vítimas são homens homossexuais cisgéneros, seguindo-se com cerca de 25% das vítimas que se identificaram como mulheres lésbicas, 10% heterossexuais e 9% bissexuais.
Maioria não faz queixa formal
Mais de 50% das vítimas não fez uma queixa formal na polícia, e 61% dos sobreviventes teve experiência de atitudes hostis ou incompreensão por parte das autoridades policiais para a situação. Novamente as pessoas transexuais sentiram mais esta atitude da polícia do que as restantes populações.
O perfil do agressor
Segundo os dados do relatório 3 em cada 4 agressores são homens cisgéneros, e 1 em cada 3 tem entre 19 e 39 anos. Um terço das agressões aconteceu em residências particulares.
Recomendações
O relatório recomenda o aumento de fundos para apoiar os sobreviventes destes ataques, também pede que seja removidas as barreiras existentes quando uma pessoa vítima tenta pedir ajuda às forças estatais e também pede uma maior coordenação de ONGs e entidades similares no apoio às vítimas.
Também pede que sejam criados a nível local programas de prevenção de violência, com foco especial no papel que deve ser dado às pessoas transgéneras na coordenação destes programas. Escolas e universidades devem implementar programas de prevenção da violência e currículos que incluam as questões LGBT. E, finalmente, os políticos e figuras públicas devem promover a segurança das pessoas LGBT através da denúncia de afirmações anti-LGBT, e também através de medidas legislativas específicas.
Por último os redactores do relatório pedem às autoridades federais que tenham em conta as questões LGBT quando recolhem informação sobre violência, que as entidades não federais disponibilizem mais fundos para a recolha de informação estatística sobre este tipo de violência.