Os estudos, apresentadas esta quarta-feira, somam-se assim à crescente evidência de que o tipo de medicamentos prescritos desde meados dos anos 1990 para tratar pessoas que já estão infectadas também podem conter a chave para retardar ou mesmo travar a propagação da doença por via sexual.
A pesquisa envolveu casais no Quénia, Uganda e Botswana concluiu que tomar diariamente a medicação reduz as taxas de infecção em pelo menos 62 por cento quando comparado com um placebo.
Num comunicado Margaret Chan da Organização Mundial de Saúde afirma "precisamos urgentemente de novas ferramentas de prevenção do VIH/SIDA e estes estudos poderão ter um enorme impacto na prevenção da transmissão heterossexual".
O problema com a nova descoberta é que as pessoas podem mudar comportamentos se souberem que estão a tomar medicação de prevenção, recordou Jonathan Mermim, director para o VIH/SIDA do Centro de Controlo de Doenças dos EUA.
A CDC já tinha emitido previamente uma nota em que recomenda o tratamento de prevenção apenas em homens homossexuais e bissexuais que estejam em alto risco. Isto depois de estudos no ano passado terem mostrado uma queda nas taxas de infecção entre homens homossexuais que tomavam medicamentos contra o VIH/SIDA.
Mas por outro lado um estudo apresentado no início deste ano não encontrou vantagens no caso de mulheres de alto risco.
As descobertas são ainda mais relevantes tendo em conta que em muitos países pobres as drogas contra o VIH/SIDA estão disponíveis como genéricos a preços reduzidos. Normalmente um tratamento custa milhares de euros por ano, com os genéricos disponíveis em países selecionados ficam abaixo dos 100 euros por ano.