"Com o anterior presidente (Fernando Ventura) a sair durante seis meses e o novo presidente (António Meliço Silvestre) a entrar durante outros tantos, a CNLCS esteve outro ano paralisada", refere a organização em comunicado. A associação diz não perspectivar um 2004 com melhor desempenho no combate e prevenção desta doença, em virtude da "nomeação de (mais) um clínico" e da "visão parcial, limitada e limitadora dos reais problemas colocados pela infecção pelo VIH". A Abraço argumenta, no comunicado, que "o conjunto de objectivos fixados à nova missão levanta as mais sérias preocupações quanto à estratégia que se pretende ver implementada, bem como ao nível de conhecimentos e preparação de quem os imaginou". A organização acrescenta ainda que, dos programas e projectos anuais que, em Dezembro de 2002, foram submetidos à CNLCS para apresentação e financiamento ao abrigo do ADIS (programa de financiamento na prevenção e apoio a infectados com o VIH/Sida), apenas uma reduzida parte conseguiu ter luz verde ainda durante o ano em que deveriam ter sido implementados, afirmando que "os restantes continuam perdidos entre a CNLCS e o gabinete do ministro" da Saúde. "A CNLCS demite-se de um papel de clarificação e o gabinete do ministro blinda-se a toda e qualquer comunicação com os promotores", acusa a Abraço. A organização afirma que "a prevenção, a informação, a investigação, o apoio social, pessoal e psicológico às pessoas com VIH/Sida só puderam contar com os fracos recursos independentes da CNLCS e do ministério (provenientes de empresas ou cidadãos anónimos) e que, "mais uma vez, as receitas autónomas da CNLCS (provenientes de uma percentagem do Joker), um montante sempre pudicamente escondido, ficaram disponíveis para outros fins". Em jeito de balanço, a Abraço afirma que "há muita coisa que continua a faltar", por um lado, "prioridade e preocupação políticas, visão estratégica, competência, capacidade de iniciativa e decisão, eficácia, eficiência e transparência de processos", e, por outro, "o respeito pelas competências da sociedade civil em geral e das pessoas com VIH/Sida em particular e o seu maior envolvimento nas decisões que lhes dizem respeito e os afectam directamente".
Pode também ter interesse em: