por João Paulo, editor PortugalGay.pt
Miguel Santos foi muito mais que esse ser extraordinário, repleto de feitos e virtudes como todos, diz quem o conheceu. Um ser humano de coração, um profissional de mão cheia, para muitos nesta área será sempre Shirley Bassey papel que desempenhava com excelência.
Miguel Santos deixou-nos esta quarta-feira, dia 30, e com ele levou Sylvie Kass. Os palcos estão mais vazios e as luzes perderam o sentido para brilhar.
Tive oportunidade de conhecer o Miguel que anos a fio figurou no meu telemóvel como “Miguel mãos dadas”. Numa altura em que ser-se homossexual não era tarefa fácil percorremos as ruas do Porto a altas horas da noite de mãos dadas e tivemos como testemunhas da nossa ousadia os senhores da manutenção dos eléctricos. Eu e ele meninos bonitos e jovens cheios de genica capazes de mudar o mundo.
Volto a ver o Miguel já pela mão do meu saudoso amigo Carlos Castro, que então organizava uns espectáculos onde o transformismo era rei e Shirley Bassey ou Sylvie Kass não podia faltar.
Sempre com um sorriso, sempre bem-disposto, sempre com um abraço, fica agora a saudade eterna deste ser humano que para as pessoas que o amavam era extraordinário.
Miguel Santos havia sido submetido recentemente a uma incontornável intervenção cirúrgica à coluna. Já em casa em recobro sofreu algumas complicações, de volta ao hospital os médicos já nada conseguiram fazer.
Parece que afinal o Castro está a montar show lá em cima e não quis deixar de chamar uma das suas estrelas favoritas.