Ainda não são claras as razões que levaram Renato Seabra a assassinar e mutilar Carlos Castro durante uma viagem conjunta a Nova Iorque, nos EUA.
Durante vários meses antes do assassinato, Renato foi visto em Portugal vária vezes na companhia de Carlos Castro, após o concurso de jovens modelos. Os amigos de Carlos confirmam uma relação afectiva entre o falecido e o agora culpado. O Carlos andava muito feliz, desde que começou a andar com o Renato.
Era uma felicidade visível, e ainda mais óbvia naquela que foi a sua última Gala dos Travesti a favor da Associação Abraço e que Carlos Castro organizou durante 18 anos. Óbvia porque este evento deixava o cronista sempre muito stressado na gestão de todo o espectáculo e que em 2010, estava muito descontraído e disse-o a várias pessoas que se devia ao fato de estar apaixonado.
Renato, Carlos e os amigos deste, fizeram algumas viagens pela Europa, sem que tenha sido relatada alguma atitude desagradável, nem com o Carlos nem com os amigos, por parte do modelo.
Mas no início do ano de 2011 a situação alterou-se de forma trágica na cidade de Nova Iorque.
7 de Janeiro de 2011, no hotel Intercontinental, Renato agride fatalmente Carlos Castro no quarto que partilharam durante vários dias. Depois de Carlos Castro estar inanimado no chão do quarto, Renato mutila o cronista, de acordo com as conclusões da investigação.
As imagens da sua frieza após o incidente correram mundo, foram visionadas em tribunal, e reforçadas pelos testemunhos de pessoas que cruzaram com Renato na ocasião, desde a recepção do Hotel ao taxista que o levou ao hospital, passando pelos amigos de Carlos Castro que esperavam jantar com eles nessa noite. Nenhum observou qualquer distúrbio ou alteração significativa em Renato.
Após dois meses de julgamento, os jurados, doze efectivos e três suplentes, tinham duas alternativas. A primeira seria considerar que Renato Seabra não estava na posse de todas as suas capacidades mentais no momento do assassinato, o que significaria um internamento compulsivo num hospital por tempo indeterminado. Votaram unanimemente pela segunda alternativa: concluíram que Renato Seabra estava consciente do que fazia e é culpado dos atos que perpetrou e que levaram à morte de Carlos Castro.
Fica agora na mão do Juiz decidir a pena a que Renato será submetido, e que passa por 15 anos a perpétua, ou ainda 25 anos a perpétua. A sentença deverá ser conhecida dentro de 6 semanas.