No artigo publicado hoje, Tim Cook, começa por explicar que tentou manter algum nível de privacidade relativamente à sua vida pessoal especialmente tendo em conta que a Apple por si só já é foco de muita atenção.

O que fazes pelos outros?

Cook acredita nas aplavras de Martin Luther King, quando disse: "A pergunta mais persistente e urgente da vida é: O que fizeste pelos outros?" e chegou à conclusão que o seu desejo de protecção da vida pessoal o tinha bloqueado relativamente a algo que é mais importante.

Não era um segredo

O presidente da Apple explica que foi abertamente homossexual perante muita gente sobre a sua orientação sexual e muitos dos colegadas de trabalho sabiam que ele era homossexual e que tal não tem feito diferença em termos da forma como tem sido tratado. Mas esclarece que teve "a sorte de trabalhar numa empresa que adora a criatividade e a inovação e sabe que só pode florescer quando abraça as diferenças das pessoas. Nem todo mundo tem tanta sorte."

E explica que se bem que não tenha nunca negado a sua homossexualidade a verdade é que também nunca tinha publicamente a confirmado.

Tenho orgulho em ser gay

E Cook diz claramente no artigo: "tenho orgulho em ser gay, e eu considero ser gay entre os maiores dons que Deus me deu."

E explica porquê: "Ser gay deu-me uma compreensão mais profunda do que significa estar em minoria e funcionou como uma janela para os desafios que as pessoas de outros grupos minoritários lidam todos os dias. Isso me fez mais compreensivo, o que levou a uma vida mais rica. Tem sido difícil e desconfortável às vezes, mas também me deu a confiança necessária para ser eu mesmo, para seguir o meu próprio caminho, e para superar as adversidades e intolerância. Também me deu a pele de um rinoceronte, que até vem a calhar, quando se é o CEO da Apple."

Tempos de mudança

O presidente da Apple, que tem 53 anos, explica também as mudanças que aconteceram no mundo. Os EUA estão a caminho da igualdade no casamento, diversas figuras públicas corajosamente sairam do armário e mudaram opiniões e criaram um cultura mais tolerante.

Mas as coisas não são cor-de-rosa: "Ainda assim, existem leis, na maioria dos estados que permitem aos empregadores demitir pessoas com base unicamente na sua orientação sexual. Há muitos lugares onde os senhorios podem despejar inquilinos por serem gays, ou onde podemos ser impedidos de visitar parceiros doentes e compartilhar os seus legados. Inúmeras pessoas, especialmente crianças, enfrentam o medo e abuso todos os dias por causa de sua orientação sexual."

E o CEO da Apple acredita que esta sua afirmação pode ajudar algumas pessoas a viverem melhor com a sua sexualidade e a sexualidade dos outros, e que isto é um "bom compromisso quanto à minha privacidade pessoal".

Mas também explica que parte da evolução social é perceber que uma pessoa não é só definida pela sexualdiade, cor da pele ou género. E que isto se aplica no seu caso pessoal como engenheiro, tio, amante da natureza, fanático do desporto, entre muitas outras coisas. E que a Apple tem tido também uma posição de apoio na defesa de direitos humanos e igualdade para todos.

Fazer a nossa parte

O artigo termina com Cook a dizer que todos os dias ele sabe que está a fazer a sua parte em ajudar os outros, por muito pouco que seja.

"Nós estamos juntos a pavimentar um caminho solarengo em direcção à justiça, pedra a pedra. Esta é a minha pedra."