E portanto começo por aqui mostrar esse palmarés, que obviamente não poderá agradar a toda a gente.
Competição de Longas-Metragens
Melhor Filme: Sócrates, de Alexandre Moratto (Brasil, 2018)
Menção Especial: Greta, de Armando Praça (Brasil, 2019)
Prémio do Público: Carmen y Lola, de Arantxa Echevarría (Espanha, 2018)
Competição de Documentários
Melhor Filme: Una Banda de Chicas, de Marilina Giménez (Argentina, 2018)
Menção Especial: Ni d’Ève, ni d’Adam. Une Histoire Intersexe, de Floriane Devigne (França, Suíça, 2018)
Prémio do Público: Ni d’Ève, ni d’Adam. Une Histoire Intersexe, de Floriane Devigne (França, Suíça, 2018)
Competição de Curtas-Metragens
Melhor Filme : Parsi, de Eduardo Williams e Mariano Blatt (Argentina, Suíça, 2018)
Menção Especial: Ant-Man, de Viet Vu (Vietname, 2018)
Prémio do Público: Estamos Todos Aqui, de Chico Santos e Rafael Mellim (Brasil, 2018)
Competição In My Shorts
Melhor Filme (ex aequo): Constanza, de Melisa Liebenthal (França, Argentina, 2018) e Dante vs Mohammed Ali de Marc Wagenaar (Holanda, Bélgica, 2018)
Competição Queer Art
Melhor Filme: Normal, de Adele Tulli (Itália, Suécia 2019)
Começo por me referir de uma forma sucinta a estes prémios, claro numa opinião extremamente subjectiva.
E começando pelas longas metragens, de longe a competição mais importante, tenho a dizer que vi cinco dos filmes a concurso e sinceramente, por puro gosto pessoal, não me arrependo de não ter visto as três restantes – aliás e com muita pena minha não devia ter visto um dos filmes que vi, que não compreendo qual o critério pelo qual foi escolhido para esta secção, como já referi na crónica do dia em que o vi.
Gostei muito, mesmo muito de dois desses filmes, um deles completamente esquecido pelo júri e pelo público – “And Then We Danced” e o outro lá ganhou uma mais que merecida menção honrosa – “Greta”.
Embora menos também gostei muito de “Sócrates”, o filme vencedor, pelo que nesta categoria nem me sinto muito desapontado.
Quanto ao prémio do melhor documentário, eu vi quatro, dos oito filmes em competição, mais uma vez, fruto de opções minhas e curiosamente tanto o filme que venceu como o que recebeu a menção honrosa, não os vi, pelo que não vou comentar os prémios atribuídos, apenas volto a referir que não faziam parte das minhas preferências.
Já quanto às curtas metragens, aí sim, tenho razão de queixa, não propriamente pela escolha do filme vencedor, que eu não vi, mas sim pela extrema nulidade da maior parte dos muitos filmes que vi (assisti a 3 das 4 sessões de curtas) e as excepções à mediocridade foram raras.
Por exemplo vi o filme que ganhou a menção honrosa e não me disse rigorosamente nada e o filme eleito pelo público, não sendo de todo mau, está longe de ser bom.
Esta questão das escolhas das curtas metragens a concurso é particularmente esquisita, já que na generalidade são filmes experimentais ou de temática apenas interessante para um público muito restrito, mas enfim, foi a opção dos organizadores.
A competição “In My Shorts”, embora tenha por autores alunos das escolas europeias de cinema, teve melhores escolhas; vi as duas sessões e um dos filmes que ganhou o prémio ex-áqueo foi o meu preferido – “Dante vs Mohammed Ali”.
Finalmente na competição “Queer Art” apenas vi dois filmes, um deles uma das boas surpresas do festival – “Sol Alegria” e que foi ignorado pelo júri.
Além do que já disse, houve dois filmes de que gostei muito, a ante-estreia do filme português “Golpe de Sorte”, uma boa opção da organização e um dos filmes de uma das secções de que mais gosto nestes festivais, a secção Panorama, com filmes que não estão a concurso e que todos os anos me dá gratas surpresas. O filme em referência é o notável “Can You Ever Forgive Me?”, mas também vi dois documentários deveras interessantes – um sobre Montgomery Clift e outro “ The Spark” que nos conta a história do que foi a luta dos movimentos LGBT, dos percalços porque passou e do momento actual.
Uma palavra final para uma noite de encerramento pouco inspirada, a começar pela escolha de um filme pouco interessante para este acontecimento, e até me pareceu que a própria sessão de encerramento foi algo "envergonhada", sem uma referência ao número de espectadores, talvez porque foram bastante menos do que em anos anteriores e parece-me que essa ausência fica de certa forma a dever-se à fraca escolha de filmes apelativos para um público mais abrangente. Quando esses filmes apareceram o público estava lá...
Tudo aquilo que digo que afirmo deve ser entendido como crítica construtiva, pois eu que já assisti a 22 dos 23 festivais, e que os tenho visto crescer de ano para ano, custa-me um pouco ver essa evolução não se ter visto este ano, por muito mérito que nunca é de mais referir, dos organizadores do Festival
Para o ano há mais...