A procuradora Maria José Fernandes considerou que não existem provas de que Vítor, agora com 18 anos, tenha "batido na Gi", apesar de ter combinado várias vezes com os colegas "ir dar porrada" na transexual brasileira que vivia numa tenda improvisada num parque devoluto e que terá sofrido lesões no ânus ao ser violada com um pau.
Acusado inicialmente em co-autoria de três crimes de ofensas à integridade física qualificada agravada pelo resultado a morte , Vítor viu ontem o MP pedir a sua condenação apenas por um crime de omissão de auxílio, que prevê uma pena até um ano de prisão ou multa.
"É imoral e de uma absoluta falta de compaixão ver um ser humano em profundo sofrimento e não prestar qualquer ajuda", exortou a procuradora na direcção de Vítor, que "fugiu" do parque sem sequer avisar o segurança para "não ter problemas mais tarde".
A procuradora recordou que os jovens bateram e destruíram a barraca "como quem brinca às casinhas ou jogava futebol". E, enquanto uns batiam, outros "observavam num profundo acto de humilhação de uma ex-toxicodepente na miséria".
Patrícia Castiajo, advogada de Vítor, disse ser "importante não esquecer que mais 13 jovens participaram no crime" e que "o grande erro do Vítor foi acompanhar o grupo".
Já a representante da mãe de Gisberta, Mónica Teixeira, reforçou a necessidade de uma indemnização à família pela dor causada.
(por Pedro Sales Dias)