Dezenas de pessoas testemunharam o castigo no parque da cidade Tamansari em Banda Aceh. É a terceira vez que Aceh, a única província da Indonésia que pratica a lei sharia, castiga publicamente pessoas por homossexualidade desde que a lei islâmica foi implementada em 2015 como uma concessão feita pelo governo para acabar com uma rebelião separatista de longa data.
Os homens, com idades de 27 e 29 anos, foram chicoteados nas costas e estremeceram de dor enquanto uma equipa de cinco executores vestindo túnicas e capuzes se revezavam a cada 40 golpes.
Os homens foram presos em novembro depois de vizinhos terem invadido o seu quarto alugado, onde foram encontrados a fazer sexo, disse Heru Triwijanarko, chefe da polícia interino da Sharia em Aceh.
Um tribunal da Shariah sentenciou no mês passado cada homem a 80 chicoteadas, mas a pena foi reduzia para 77 vezes pelo tempo que passaram na prisão.
No mesmo dia quatro outras pessoas também foram publicamente chicoteadas com entre 17 a 40 açoites por crimes como relações extraconjugais e consumo de álcool.
O código Shariah permite até 100 chicotadas por crimes morais, incluindo sexo gay. As chicotadas também são aplicadas para adultério, jogo, bebida e para mulheres que usam roupas justas e homens que não façam as orações de sexta-feira.
Há mútliplos relatos de aplicação de mais de 80 açoites no caso de pessoas acusadas de sexo gay nos últimos anos com o primeiro caso conhecido em 2017, dois anos depois da entrada em vigor do código Shariah.
Com exceção de Aceh no extremo ocidental da ilha de Sumatra, a homossexualidade não é ilegal na Indonésia, mas a comunidade LGBT+ no país tem estado sob cerco nos últimos anos.