Em bom português o esquema adotado pela administração Obama é: "dar com uma mão e tirar com a outra". Desde que Yoweri Museveni assinou a nova lei anti-gay que os EUA declararam ir punir o governo ugandês pela ofensa aos direitos das pessoas LGBT ugandesas. E indicaram que essas punições passariam por sanções económicas.
Mas veio agora saber-se que a administração de Obama enviou forças de operações especiais e aeronaves militares para ajudar o governo do Uganda na “caça” ao comandante rebelde Joseph Kony empenhado em derrubar o governo de Museveni e que se acredita estar escondido na selva da África Central há anos.
A Casa Branca alega que este apoio vai no sentido de que não podem esquecer o apoio do governo ugandês na luta contra grupos islâmicos na Somália em 2012 quando este enviou militares par apoiar as tropas dos EUA. Também dizem não ter esquecido as pessoas LGBT e por isso retiram outros apoios de grande valor monetário.
Um dos grupos lesados pelo seu apoio à implementação da lei é o Conselho Inter-religioso do Uganda, que teve um corte substancial no apoio financeiro prestado pelos EUA mas que mesmo assim recebe 1,6 milhões de euros, e outras organizações não-governamentais receberam 4,6 milhões de euros.
Assim Obama gere com mãozinhas de lã a tensão entre a sua visão de segurança e questão dos direitos humanos, tentando equilibrar cuidadosamente as vantagens e desvantagens das colaborações nesta antiga colónia britânica e onde cerca de 4 em cada 10 cidadãos vivem com menos de 1 euro por dia.