"Torna-se ainda pior e satânico quando temos um primeiro-ministro como Cameron dizendo que países que querem ajuda britânica devem aceitar a homossexualidade", disse Mugabe num discurso ontem na cidade mineira de Shurugwi, 300 quilómetros ao sul da capital, Harare.
"Fazer essa sugestão diabólica ao nosso povo é uma oferta estúpida", disse ele, segundo o jornal estatal Herald.
No final da cimeira da Commonwealth em outubro, Cameron disse que os países que recebem ajuda britânica deve respeitar os direitos humanos, incluindo direitos dos homossexuais.
A questão voltou a surgir com o Zimbabué a preparar uma nova constituição, e o debate sobre se deve seguir o modelo da vizinha África do Sul que inclui os direitos dos homossexuais no documento.
Mugabe há décadas que tem feito discursos contra a homossexualidade.
O primeiro-ministro Morgan Tsvangirai, que formou um governo de unidade com Mugabe em 2009, disse que apoia os direitos dos homossexuais, mas que os gays devem "fazer as suas coisas em privado". Mais recentemente, disse que o povo do Zimbabué é que vai decidir o que quer na sua constituição, que abrirá o caminho para novas eleições. Embora o processo esteja todo com mais de um ano de atraso, as eleições são esperadas no próximo ano.