Estiveram presentes o Director Artístico João Ferreira, a Directora Ana David e o Programador Nuno Galopim. A nova edição do Festival contará com um programa de 93 filmes, entre curtas e longas‐metragens.
Um dos destaques da programação do Queer Lisboa 17 é a estreia nacional do documentário E Agora? Lembra‐me (Portugal, 2013, 164’), de Joaquim Pinto, com sessão única no Domingo, dia 22 de Setembro, como parte da secção Panorama. A estreia mundial do filme terá lugar no Festival de Locarno, onde fará parte do Concurso Internacional. Em fins da década de 80 e inícios de 90, Joaquim Pinto assinou algumas das ficções mais emblemáticas da História do Cinema em Portugal, tais como Uma Pedra No Bolso (1988), Onde Bate o Sol (1989) ou Das Tripas Coração (1992), tendo desde então enveredado pelo documentário e pela animação, em parceria com Nuno Leonel. Joaquim Pinto regressa ao formato da longa‐metragem com uma obra arrebatadora, esteticamente irrepreensível, que acompanha um ano de ensaios clínicos para o tratamento do VHC (vírus da Hepatite C), num vai e vem entre o presente e memórias, reflectindo sobre questões mais gerais como as doenças e a globalização. Joaquim Pinto é casado com Nuno Leonel, e ambos assinam a fotografia, som e montagem do filme.
Foi divulgada na íntegra a programação da secção Queer Focus, este ano dedicada aos cruzamentos entre as geografias humanas e a sua relação com a cidade. Esta secção pretende oferecer um olhar à relação entre as diferentes realidades pessoais e comunitárias de indivíduos queer, com as políticas sociais e os efeitos da crise económica e da gentrificação que afectam o mundo nos dias de hoje. Destaque neste programa para a estreia da longa‐metragem grega Boy Eating the Bird’s Food(Grécia, 2012, 80’), um arrojado e comovente retrato do percurso de um jovem que perde tudo, na Atenas de hoje. Esta secção contará também com um debate que procurará abordar estas questões enquadradas na realidade portuguesa.
Na secção Queer Art destaque para Gore Vidal: The United States of Amnesia, o novíssimo documentário sobre o político, ensaísta e escritor norte‐ americano Gore Vidal, falecido em 2012, que capta as últimas entrevistas antes da sua morte. Vidal, ligado ao clã Kennedy, foi uma das figuras seminais das artes norte‐americanas, e presença assídua nos corredores do poder em Washington. Num outro registo, foi destacada a exibição do documentário Wonder Women!, um inteligente e divertido olhar às figuras femininas enquanto heroínas na história dos comics, da televisão e do cinema norte‐americanos, tendo como ponto de partida a mítica Wonder Woman.
No Queer Pop, destaque este ano para o trabalho do ícone pop David Bowie, que ao longo da sua carreira desafiou conceitos de sexualidade e género, tendo já um legado fundamental em termos audiovisuais que continua a influenciar novas gerações. Homenageado este ano com uma retrospectiva no Victoria & Albert Museum de Londres, esta sessão do Queer Pop revisita telediscos lendários como o John, I'm Only Dancing, de 1972, ou o mais recente The Next Day.
Foram também avançadas pela equipa de programação do Queer Lisboa, as 12 curtas‐metragens em competição na secção In My Shorts, competição de filmes de escola europeus. A Escola Portuguesa convidada desta primeira edição do In My Shorts, é a ESTC – Escola Superior de Teatro e Cinema, que se fará representar com quatro curtas. O júri desta nova competição será composto por profissionais da área do cinema, e o filme vencedor assinará um acordo coma distribuidora italiana The Open Reel.
Associada ao Queer Lisboa 17, haverá uma edição especial do –mente: o Queer-mente. Este evento terá lugar no Ministerium Club, no dia 21 de Setembro, às 23h, e reunirá artistas a quem foi lançado o desafio de apresentar uma criação sobre o conceito de "transgressão" sugerido pela temática queer. Em oito actuações de oito minutos assistiremos a oito momentos artísticos inéditos. Alguns dos nomes já confirmados são os de João Grosso, Vítor d'Andrade e José Neves (teatro e vídeo), Fernando Santos (teatro), Dário Pacheco e José Aparício Gonçalves (dança e vídeo), Solange Freitas (performance) ou ainda o da convidada especial Isabel Moreira. O –mente é uma estrutura de programação, criação e comunicação de trabalhos de diferentes disciplinas artísticas em espaços fora do circuito cultural convencional.
Nos dias 26 e 27 de Setembro, a ZDB é palco de outra das actividades paralelas do Festival, a At Home with Little Joe. Uma parceria entre a revista de cinema inglesa, Little Joe, os artistas plásticos João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira e o Queer Lisboa, entre as 19h e as 2h da manhã, uma instalação acolherá projecções non‐stop, sob o tema da domesticidade.
O Queer Lisboa 17 tem o apoio financeiro da Câmara Municipal de Lisboa e do ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual, entidades com as quais celebrou um protocolo trianual, que se encontra no segundo ano de execução. E um orçamento estimado de 90.000€.
A partir da presente edição, o Queer Lisboa altera a sua designação complementar para Festival Internacional de Cinema Queer, uma expressão mais inclusiva e que vai ao encontro da própria evolução deste género cinematográfico.
A programação completa, actividades, júri internacional e convidados serão anunciados na Conferência de Imprensa de dia 4 de Setembro.
O Cinema S. Jorge recebe o festival Queer Lisboa 17 entre os dias 20 e 28 de Setembro.