Este fim-de-semana dois casos foram notícia: um em Nice e outro na capital.
Dois ataques de extrema violência, um em Nice outro em Paris mostraram que este debate que se esperava democrático e civilizado está a transformar-se num "campo de batalha" no sentido mais literal da expressão.
Em Nice, Raphael Leclerc saía de um bar com o seu namorado quando foram abordados por três jovens que lhes perguntaram se eram franceses ou chechenos. A resposta de que eram franceses desencadeou um ataque com murros e pontapés que terminou no hospital.
Wilfred Bruijin, em Paris, foi também atacado quando circulava na rua de braço dado com o seu namorado. Bruijin postou no Facebook a foto da sua cara mutilada e relatou que depois do início do ataque só se lembra de ter acordado numa ambulância a caminho do hospital.
Os ataques estão a ser relacionados pelas associações LGBT com a discussão em curso no Senado sobre a alteração da lei do casamento para torná-la acessível a casais do mesmo sexo e acusam os grupos anti-casamento de serem responsáveis por esta vaga de violência.
Além dos ataques relatados pela imprensa o chefe da Assembleia Nacional, Claude Bartolone, recebeu uma carta com pólvora com uma mensagem onde se exigia que a próxima votação sobre o alargamento da lei do casamento a pessoas do mesmo sexo fosse cancelada.
Embora as sondagens mostrem que os franceses estão, há vários anos, em clara maioria a favor da alteração da lei, o debate nas ruas está a ferro e fogo.