Na semana passada a comissão jurídica da câmara alta, o Conselho dos Estados, votou a favor de mudar a lei para tornar mais fácil a adoção de crianças por casais de gays e lésbicas. Atualmente uma pessoa solteira pode adotar independentemente da sua orientação sexual, mas casais do mesmo sexo não o podem fazer.
Christophe Darbellay, chefe do partido de centro-direita Democratas-Cristãos (CVP) é profundamente contrário a qualquer mudança na legislação que rege a adopção. Ele disse não entender por que a lei deveria ser estendida para incluir os casais homossexuais.
"Eu não legalizar a cocaína, de repente, só porque meio milhão de pessoas consomem", disse ele ao jornal Le Temps na passada sexta-feira.
Os seus comentários causaram polémica. A Associação das Famílias Arco-íris disse que era "um insulto" que Darbellay tenha "comparado pais do mesmo sexo com viciados em cocaína." O seu co-presidente disse ao jornal 20 Minuten que ficou "chocado com a sua homofobia". Barbara Lanthemann da organização lésbica LOS afirmou ao mesmo jornal que "Darbellay está a comparar duas coisas que simplesmente não são comparáveis".
Na segunda-feira, Darbellay, defendeu sua declaração. "Eu não queria insultar ninguém. Eu simplesmente queria dizer que só porque algo existe, não significa que tenha de ser legalizado".
O Conselho dos Estados declarou na semana passada que os adultos devem ser capazes de adotar, independentemente do seu estado civil ou orientação sexual, desde que essa seja a melhor solução para a criança. E esclareceu que estava a reconhecer a realidade das muitas famílias com pais ou mães do mesmo que sexo que proporcionam hoje em dia um ambiente familiar estável.
A mudança na lei exigirá a aprovação também na câmara baixa, o Conselho Nacional, que já rejeitou uma petição exigindo direitos iguais para adoção de casais de gays e lésbicas.