“A nossa viagem não está completa até que os nossos irmãos e irmãs gays sejam tratados como qualquer outra pessoa perante a lei”

Obama foi mais longe no discurso, citando Stonewall, o evento que impulsionou o movimento LGBT americano para aquilo que é hoje. Mas não foi caso isolado, no discurso constaram também outras lutas de direitos humanos.

Os críticos ficaram surpresos e comentaram a forma como o presidente colocou em pé de igualdade os acontecimentos de Senaca Falls em 1848 - marcantes nos direitos das mulheres -, Selma, Alabama em 1965 quando as autoridades investiram sobre os manifestantes pelos direitos civis dos negros, e a revolta de Stonewall, Nova Iorque, Greenwich Village em 1969, quando a polícia invadiu o bar com esse nome levando ao confronto entre policiais e clientes e vizinhos.

Referindo-se aos acontecimentos de Stonewall, Obama disse que “isso foi a faísca da era moderna do movimento pelos direitos para todos os gays e lésbicas americanos”.

Mas talvez as palavras que ficaram na mente de todos o LGBT americanos, e não só porque já se propagaram pela web em todo o mundo, foi a conclusão após a referência a gays e lésbicas: "pois se somos verdadeiramente iguais, então o amor que sentimos uns pelos outros com o qual nos comprometemos também deve ser igual".

Esta frase teve ainda mais impacto pois foi incluída numa secção do discurso que referiu também outros temas que definem os valores do presidente para este segundo mandato: a igualdade no salário para as mulheres, os problemas das filas enormes para votar, receber condignamente os imigrantes, o emprego para jovens licenciados e, para completar, uma referência ao homicídio recente de duas dezenas de crianças em Newton.