A Câmara Municipal de Lisboa agendou para hoje a demolição de algumas habitações precárias que resistem na Quinta de Santo António, no Bairro da Cruz Vermelha, uma das quais habitada por um casal homossexual. Por esse motivo, um grupo de cerca de uma dezena de militantes da Panteras Rosas manifestou-se hoje junto à Quinta de Santo António. Além dos três elementos que foram alegadamente arredados à força da porta da Quinta, um quarto associado da Panteras Rosas foi identificado pelos funcionários da câmara e pela polícia municipal, por se encontrar a fotografar. Sérgio Vitorino, membro da associação e do Bloco de Esquerda, disse à Lusa que a pequena concentração pretendia ser um protesto pacífico, não sendo por isso necessário o uso da força. Um dos membros do casal, Liliana, reclama o direito a uma habitação, depois de os pais a terem discriminado pela sua homossexualidade e de a terem abandonado quando receberam uma nova casa da autarquia. A câmara ter-lhe-á negado o pedido por não ter filhos nem agregado familiar, não reconhecendo por isso a sua companheira. Liliana afirmou ainda que hoje, minutos antes de uma escavadora ter dado início à demolição, um assessor da vereadora da Habitação lhe terá sugerido que "forçasse a entrada em casa dos pais", que se "separasse da sua companheira" e que "organizasse a vida como os casais normais".
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