O espaço gerido pelo GAT - Grupo Português de Ativistas sobre Tratamento de VIH/SIDA, recebia do Ministério da Saúde através da Direção-geral da Saúde 34 mil euros anuais, verba que à oito meses não chega ao CheckpointLX. Esta verba destinava-se a pagar análises e kits médicos, a instituições públicas e a fornecedores, sendo que a verba não cobria todas as despesas e que era o GAT que investia com apoios privados um valor semelhante ao do apoio estatal, sendo que os profissionais de saúde que laboravam neste serviço o faziam “pro bono”.
Segundo Luis Mendão o acordo de financiamento terminou em Dezembro passado, sem que o governo tenha apresentado qualquer alternativa ou razão para não o renovar. "Mantivemos a consulta com trabalho 'pro bono' e com o dinheiro que conseguimos manter, mas, no final do mês passado, depois de olharmos para as contas, decidimos que não podíamos continuar a assegurar o pagamento ao Instituto de Higiene e Medicina Tropical e ao Instituto Português de Oncologia" disse o responsável à Lusa. Luis Mendão adiantou que estão a tentar realizar um protocolo com o Ministério da Saúde no sentido de enviar as análises para o Instituto Nacional de Saúde Dr.Ricardo Jorge que é o laboratório de referência nacional para a IST (infeções sexualmente transmissíveis) sendo que apenas é pedido que o estado pague as analises enviadas pelo CheckpointLX.
Mendão não esconde a indignação quando refere que o CheckpointLX, incluindo a consulta, foi considerado um exemplo de boas práticas e inovação pela Organização Mundial de Saúde e pelo Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças. Junta-se a estes o fato de não haver no país nem mesmo o Serviço Nacional de Saúde que assegure este tipo de consultas a um valor tão baixo como aquele que o GAT apresenta. Em tom de crítica Mendão reforça “Parece-nos que é contra a ideia de saúde pública, de prioridade ao controlo da infeção por VIH/SIDA".
A Lusa tentou contactar o Ministério da Saúde que remeteu uma reação para Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, sendo que não houve resposta também desta entidade.
Em três anos foram realizadas mais de mil consultas no CheckPointLX, e seis mil testes rápidos ao VIH/Sida. Recentemente na apresentação de um estudo nacional na cidade do Porto pedia-se a abertura de um serviço semelhante na cidade invicta, hoje esperamos que o encerramento deste serviço no CheckpointLX não seja definitivo.