Jean Wyllys foi eleito pelo Rio de Janeiro com mais de 13 mil votos pouco depois de ter ganho o reality show Big Brother. Em entrevista ao UOL Notícias o deputado falou dos seus colegas homossexuais no Congresso.
"Eu respeito a decisão de cada pessoa. Cada um tem seu próprio tempo. Elas não precisam igualmente implodir o armário e abrir relação ao mundo, podem manter sigilo", disse Jean, continuando: "Eu identifico outros homossexuais aqui [no Congresso]. Mas não quero forçosamente denunciá-los nem tirá-los do armário. Pelo contrário, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. Não cabe a mim dizer quem é."
O deputado de 37 anos também recordou que já tinha participação activa na política como socialista antes do Big Brother em 2005 e defendeu que não é por ser homossexual que não pode participar em outras lutas dando o exemplo do seu trabalho na Comissão de Tributação e Finanças onde defende direitos dos trabalhadores. Jean Wyllys tem mestrado em letras e linguística e é professor de Cultura Brasileira e de Teoria da Comunicação na ESPM e na Universidade Veiga de Almeida.
Mas o papel de defesa de direitos de gays pelo deputado é que tem resultado em mais apoio dos seus colegas especialmente depois das posições de Clodovil Hernandes há uns anos atrás também abertamente homossexual mas nada dado a estas questões. Jean é direto: "Ele não tinha qualquer afinidade com a pauta histórica do movimento homossexual. Muito pelo contrário. Ele tinha homofobia internalizada, ele não tinha orgulho da orientação sexual dele", mas defende que era uma pessoa muito gentil e respeitadora, concluindo que "não era uma má pessoa, mas precisava de esclarecimento como tantos homossexuais que têm homofobia internalizada, mulheres que têm machismo internalizado e negros que têm racismo internalizado. O Brasil ainda tem muito a melhorar nisso".