A "protecção do casamento tradicional" é a causa que anima os proponentes, certos de que "a maioria dos americanos" está do seu lado. Nessa maioria não se conta a filha do vice-presidente Dick Cheney, que assumiu, num livro agora publicado, a sua homossexualidade, e acusou os que defendem a emenda da Constituição de "quererem fazer um lei má, que reinscreve no texto fundamental o princípio da discriminação".
A proposta, cuja aprovação exigiria a votação favorável de dois terços do Senado, de dois terços da Câmara dos Representantes e de uma maioria de estados a favor, não deverá passar, à imagem do que aconteceu na primeira tentativa, em 2004.
Os democratas denunciaram já a proposta como uma manobra "demagógica" para entusiasmar a extrema-direita religiosa e iniciar a sua mobilização para as eleições parlamentares de Novembro.
Só um estado dos EUA, o Massachusets, aprovou até agora o casamento de pessoas do mesmo sexo e dois outros, o Vermont e o Connecticut, reconhecem as uniões civis do mesmo sexo, sendo 18 os que adoptaram emendas constitucionais que especificam o carácter heterossexual da instituição.
Noutros estados, como a Califórnia, cujo governador é o actor Arnold Schwarzenegger, a questão tem sido muito debatida: em 2005, Schwarzenegger vetou uma lei que permitiria o casamento homossexual mas recusou retirar direitos aos unidos de facto do mesmo sexo.