O Gana, um dos 32 países que atualmente proíbe a homossexualidade, cedeu a ataques conservadores e proibiu a ocorrência da conferência Pan Africa da ILGA (International, Lesbian, Gay, Bisexual and Trans and Intersex Association, não diretamente relacionada com a ILGA Portugal) no país. O evento estava previsto para julho deste ano em Accra, capital do país.
A Ministra de Género, Crianças e Proteção Social, Cynthia Morrison, explicou sobre a conferência em entrevista que:
Eu sou uma pessoa cristã, tal como é o presidente. O presidente disse não à conferência gay Cynthia Morrison
A mesma situação foi clarificada por um porta-voz à Reuters
O governo de Gana não permitirá tal conferência.
E esta decisão não foi por causa do coronavírus
A 5ª Conferência Regional Anual da ILGA da Pan-África estava agendada de 27 a 31 de julho. Seria a primeira desde 2018, quando a 4ª Conferência foi realizada no Botsuana. Num comunicado divulgado hoje, a ONG da África do Sul anunciou que iria adiar oficialmente a conferência "em apoio aos esforços da Organização Mundial de Saúde para informar e ajudar as comunidades a retardar a propagação do vírus COVID-19". Não houve nenhuma menção aos comentários das autoridades de Gana.
Quando os ativistas conservadores e religiosos souberam da conferência, começaram a protestar fortemente contra ela. Uma petição recebeu mais de 19.000 assinaturas numa semana. Os advogados de Christ Ghana escreveram uma carta ao Presidente Akufo-Addo, dizendo que "é claramente ilegal para a ILGA realizar uma conferência aqui em Gana, representando um grupo que promove essas atividades". Por seu lado Ashanti Iman, Sheihk Muumin Abdul Haroun, prometeu no mês passado interromper a conferência "demoníaca", prometendo que "muçulmanos, cristãos e a religião tradicional todos nos levantaremos" em resposta.
Embora não tenham sido relatados nos últimos anos casos de aplicação da lei que pune sexo entre pessoas do mesmo, a vida das pessoas LGBT+ têm uma vida complicada no país. No ano passado, o Gana organizou uma conferência da organização anti-LGBTQ World Congress of Families, considerado um grupo de ódio pela ONG SPLC.