Segundo Cordopolis, Brianna foi atacada no centro de Córdoba, Andaluzia, na madrugada de sexta-feira, 6 de março.
Ela testemunhou que esteve num bar de onde saiu por volta das 4:30 sentando-se com umas amigas na entrada de um edifício. Nessa altura apareceu um grupo de rapazes que começaram com insultos e a rir-se dela, algo que, infelizmente, ela indicou aos jornalistas ser uma situação normal no seu dia-a-dia. O grupo começou com insultos homofóbicos e transfóbicos. Quando ela pediu para as deixarem em paz, começaram as primeiras agressões. Foi nessa altura que conseguiu chamar as autoridades e os jovens colocaram-se rapidamente em fuga, tendo desaparecido quando apareceu a polícia a quem explicou que tudo estava resolvido. Mas quando a polícia saiu do local, o grupo voltou de forma brutal.
Eu nem os vi a aproximarem-se, eles atacaram-me pelas costas e deram um chuto na cabeça. E recordo-me de ficar a sangrar do nariz e boca
Em comunicado publicado nas redes sociais, Brianna explica que ficou totalmente indefesa:
Eu não conseguia defender-me, não conseguia gritar, eles encheram todo o meu corpo de murros e pontapés enquanto me insultavam de tudo o que lhes apetecia
A adolescente explica também que não foi a primeira vez que foi agredida, mas que desta vez temeu pela própria vida:
Já tinha sido alvo de outro ataque transfóbico em dezembro, mas agora pensei mesmo que me iam matar
No meio de tanta brutalidade as suas amigas não conseguiram intervir com medo se serem elas também alvo da violência cega do grupo.
Depois da agressão conseguiu voltar para casa e no dia seguinte foi levada ao hospital pela sua tia, onde recebeu o diagnóstico de uma contratura cervical e lesões faciais. Depois procurou a assistência na ONG Todes Transformando, uma organização de direitos trans em Córdoba, onde foi apoiada na denúncia do incidente à polícia. E conseguiu indentificar os seus agressores pelo Instagram.
A associação Todes Transforming, através da sua presidente, Carmen Ceballos, disse que o ataque foi um crime de ódio transfóbico, mas acrescentou que "muitas queixas não são processadas" e que "as mulheres transexuais enfrentam muito mais assédio do que qualquer outra mulher".
Brianna escreveu nas redes sociais:
Sou jovem demais para sair às ruas com medo de ser morta por ser livre, mas apesar do medo também tenho raiva, coragem, tenho sede de justiça e não quero que isto aconteça com nenhuma outra mulher