Os testes, apresentados ontem no âmbito da XI Reunião sobre Infecção por VIH/Sida, que decorreu durante todo o dia no Estoril, poderão resolver a grave situação de sub-diagnóstico que actualmente se verifica em Portugal, disse José Vera, do núcleo de Estudos VIH/Sida da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, lembrando que há um sub-diagnóstico da infecção em todos os países europeus, e em Portugal a sida diagnostica-se pouco e tardiamente. As pessoas apenas contactam o médico quando apresentam sintomas associados, acrescentou o médico, frisando que o diagnóstico tardio aumenta o risco de mortalidade e a hipótese de infecção de outras pessoas, já que o próprio doente desconhece a sua situação.
Em Portugal estima-se haver 20 mil casos de infecção diagnosticados, mas o número de doentes por diagnosticar deverá ser duas a três vezes superior. Os novos testes estão em território nacional desde o início do ano, mas ainda a ser divulgados, já que é necessária formação dos profissionais de saúde. Permitem fazer o diagnóstico em espaços que não dispõem de laboratórios, como unidades móveis de saúde e centros de saúde. Não é necessária maquinaria, e por isso os testes podem ser feitos numa simples consulta ou pela equipa de enfermagem num centro de saúde. No processo habitual entre consulta, requisição dos testes, envio para o laboratório e apuramento dos resultados, em qualquer momento a pessoa pode desaparecer e o processo ser interrompido, precisou. Com o novo método aumenta a acessibilidade ao diagnóstico e na primeira abordagem a uma pessoa pode fazer-se o teste de imediato.