Pesquisadores da Nova Zelândia analisaram o uso da vacina contra a meningite MeNZB em pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 30 anos e concluíram que os casos de gonorreia caíram 31%.
A notícia é particularmente interessante numa altura em que começam a ser cada vez mais normais as infecções por variantes da gonorreia resistentes aos antibióticos comuns. Casos em que não há tratamento disponível foram reportados em vários países incluindo Espanha, França e Japão.
O estudo, publicado na Lancet, disse que a exposição ao MeNZB foi a primeira vez que uma vacina mostrou proteção contra a gonorreia. A equipa estudou mais de 14.000 pessoas entre os 15 e 30 anos que tinham sido diagnosticadas com gonorreia em clínicas de saúde sexual na Nova Zelândia e que tinham sido elegíveis para a vacina MeNZB durante o programa de vacinação de emergência. Concluíram que os indivíduos vacinados tinham cerca de 31% menos probabilidades de desenvolver gonorreia.
A gonorreia é um importante problema de saúde pública global que é exacerbado pela resistência a drogas. O desenvolvimento efetivo de vacinas não foi bem sucedido, mas dados de vigilância sugerem que as vacinas vesiculares de membrana externa do grupo B reduzem a incidência de gonorreia. Estes resultados fornecem uma prova de princípio que pode levar ao desenvolvimento informado de possíveis vacinas para gonorreia
A gonorréia afeta cerca de 78 milhões de pessoas por ano. A infecção afeta desproporcionalmente as mulheres e pode levar a doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica e infertilidade, além de aumentar o risco de VIH.