Eram poucas ainda as pessoas que mesmo timidamente coloridas se agrupavam ali junto ao jardim, ao lado do teatro com nome de revolucionário, e do outro lado o fascismo.
Aos poucos foram chegando, e eram cada vez mais, e o colorido passou de tímido a extraordinário, vinham de todos os lados, do Porto, de Lisboa, de Santarém, e de todas as outras artérias da cidade e das regiões ali em volta.
Chegou o momento dos discursos, o microfone esteve aberto para quem através dele quis exteriorizar a luta em forma de palavra, em forma de verbo, em forma de grito, e ali para alem do que é preciso fazer-se, também se disse o que já se fez e se conquistou e da importância que é estar vigilante para preservar a liberdade, a democracia, uma sociedade harmoniosa tanto quanto possível, e é possível mais, e por isso também se relatou o que de menos bom aconteceu e tem acontecido e apontou-se o dedo, para o outro lado da rua e gritou-se de pleno pulmão “Não passarão”.
Daí até ao Rossio, começou pela rua Direita que afinal é torta, e misturou-se as manifestações de apoio com as de despesismo, mas foram as de apoio que contaram, e foram essas que aqui e ali se juntaram à marcha e como ela seguiram até ao final, e ficaram para escutar o manifesto e os discursos que ainda faltavam, e os que mais quiseram juntar a sua voz.
Esta foi a 4.ª Marcha de Viseu Pelos Direitos LGBTQIA+, e para o ano tem mais, e todos os dias marcaremos passo na luta pelo direito de podermos exercer a minha, a nossa liberdade em toda a sua expressão.
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