A Autoridade Nacional de Média e Infocomunicações (NMHH) disse na quinta-feira (4 de março) que abriu um processo judicial, considerando que a transmissão não era adequada para crianças. O anúncio, que foi ao ar pela primeira vez em dezembro, e mostra casais LGBT+ reagindo a comentários homofóbicos online.
A campanha surgiu em resposta a um ambiente cada vez mais hostil para as famílias LGBT+, incluindo mudanças na constituição em novembro, que passou a definir uma "mãe - uma mulher, o pai - um homem".
A Hungria proibiu os cidadãos de mudar legalmente de género no início do ano passado e está a estudar legislação para limitar a adoção a casais de sexo diferente, barrando o caminho para a adoção de casais gays.
O grupo da Háttér Society por trás da campanha diz que a autoridade de média está propositalmente tentando silenciar os grupos LGBT+. O diretor administrativo do grupo, Tamás Dombos, falou à RTL.
O objetivo da Autoridade de Média é silenciar as organizações LGBT+ para que não haja um debate social significativo sobre essa questão. Tamás Dombos, Háttér Society
E explicou também que a campanha é uma parte importante do diálogo social e que não tem conteúdos que possam causar qualquer dano a menores.
Tamás Dombos aponta também o dedo ao governo referindo que na sua opinião “a campanha anti-migração deixou de dar resultados”, em declarações à EURACTIV, acrescentando que o governo fez experiências no potencial de comunicação em vários grupos minoritários e que os “LGBT+ foi o que mais se destacou”.
Segundo a lei de 2010 um dos objetivos do serviço público de radiodifusão é promover o "respeito pela instituição do casamento e dos valores familiares". Mas até ao ano passado não se tinha verificado a aplicação da lei na área das questões LGBT+, o primeiro caso foi a decisão tomada no ano passado de saída da Eurovisão por ser "muito gay". Em janeiro, um canal foi multado por transmitir um segmento em que o político liberal de Budapeste Péter Niedermüller reclamou que se a sociedade húngara começa a excluir grupos para discriminar, incluindo migrantes, ciganos e outros, isso deixaria apenas uma "formação horrível o meio, esses homens brancos, cristãos e heterossexuais.” Da mesma forma, a Coca Cola foi multada no ano passado por uma campanha publicitária mostrando beijos em casais LGBT+, porque os cartazes tinham o potencial de “prejudicar o desenvolvimento físico, mental, emocional e moral de crianças e adolescentes”.