O liceu será público e dará aulas a uma centena de estudantes. O projecto é financiado por uma organização de activistas dos direitos dos homossexuais, em cooperação com o departamento de educação da cidade de Nova Iorque. A ideia de um liceu "gay" chamou grande atenção dos "media" americanos, e motivou críticas. A escola chamar-se-á Harvey Milk High School, em homenagem a um autarca abertamente "gay" de San Francisco, que foi assassinado em 1978. O projecto é baseado num programa que já existe em Nova Iorque desde 1984, e que se limitava a duas turmas em liceus públicos. Agora, com financiamento do Hetrick-Martin Institute, o liceu Harvey Milk irá ocupar um prédio renovado no centro de Nova Iorque. O director do liceu, William Salzman, descreveu numa conferência de imprensa o objectivo da nova escola como uma "oportunidade para [estudantes "gay"] de obter um ensino secundário num ambiente seguro e compreensivo": "Acreditamos que o sucesso [académico] requer a capacidade de compreender e respeitar a diversidade da comunidade humana." Por outras palavras, o HMI pretende proteger os estudantes homossexuais (e bissexuais e "transgender") de intimidações ou crueldade que poderiam sofrer num liceu "normal". Salzman promete que o currículo do liceu será "exigente" e cumprirá as normas do departamento de educação nova-iorquino; o liceu terá especializações em informática, artes plásticas e artes culinárias. O "mayor" nova-iorquino, Michael Bloomberg, defendeu a criação do liceu: "Acho que toda a gente concorda que é uma boa ideia porque alguns dos miúdos que são "gays" ou lésbicas são constantemente agredidos em outras escolas. Deixem-nos ter uma educação sem terem de se preocupar." Mas não é verdade que todos vejam a necessidade de um liceu "gay". O político nova-iorquino Mike Long declarou ao "New York Daily News": "Há uma maneira diferente de ensinar homossexuais? Há uma matemática "gay" ou um inglês "gay"? Não há motivo para ensinar estas crianças de uma maneira diferente." Entre as principais críticas ao projecto está a idade dos estudantes. Um liceu nos EUA aceita crianças desde os 13 anos - com essa idade, um indivíduo estará já certo da sua orientação sexual? Outros críticos notam que, em vez de ajudar à integração dos homossexuais, o liceu "gay" poderá separar e estigmatizar os seus alunos. A imprensa conservadora atacou particularmente o projecto. Steve Dunleavy, colunista do tablóide "New York Post", escreveu que o projecto "institucionaliza um estilo de vida que foi condenado pela Bíblia, pelo Corão e pelas escrituras budistas", descrevendo o liceu como "idiota, social e moralmente errado, politicamente suicida".
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