Segundo testemunho da própria: “Acabava de me despedir de uma amigas com quem tinha passado a noite quando um carro com jovens de cerca de 25 anos parou ao meu lado. Depois de dizerem uma série de coisas estupidas, perguntaram se eu era um homem. Chega um momento em que explodes, farta de tantos insultos, e foi por isso que me aproximei da janela do condutor para lhe responder. Foi nesse momento que o rapaz que tinha falado comigo me agarrou o braço e acelerou, levando-me de arrasto quase 20 metros. (…) É um milagre estar viva. A agressão poderia ter sido fatal. Poderia ter caído para debaixo das rodas do carro ou partido o pescoço com a queda.”
Depois de o agressor a largar, acelerou e fugiu, pelo que ela não conseguir ver a matrícula do carro. Poucos minutos depois um carro patrulha parou e socorreu-a, chamando a ambulância que a levou ao hospital. Depois de ter recebido o tratamento médico, a vítima dirigiu-se a uma esquadra onde apresentou queixa.
A vítima salienta que sentiu que estava a ser tratada como um “bicho raro” tanto pelo pessoal médico como pela polícia, pelo facto de ser uma mulher transexual. A associação Lambda afirma que casos semelhantes não são casos isolados em Espanha, o que demonstra que apesar de já muito ter sido feito no campo da igualdade legal, as pessoas lésbicas, gays, transexuais e bissexuais ainda estão longe de gozar efetiva igualdade a nível social.
“É lamentável que no mesmo dia em que milhares de pessoas percorriam as ruas de Valencia a pedir respeito pelos direitos humanos das pessoas LGBT a nível internacional, tenha tido lugar na nossa própria cidade um ataque tão brutal a uma mulher por causa da sua identidade de género”, afirma Mar Ortega, coordenadora geral da Lambda. Acrescenta ainda que é intolerável que os agressores possam continuar em liberdade, enquanto que as pessoas LGBT têm que medir cada passo que dão porque é a sua integridade física e psicológica, ou até a sua vida, que está em risco.