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Caso Lilina vs. Câmara Municipal de Lisboa

Estará a Câmara Municipal de Lisboa no Século XXI?

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2 Fevereiro 2004

Estará a Câmara Municipal de Lisboa no Século XXI?

Desde o dia 22 de Janeiro que Liliana e a sua companheira estão no olho da rua, despejadas sem qualquer alternativa lógica e sensata.

Liliana foi deixada para trás pelos pais quando estes se mudaram para uma nova casa oferecida pela CML. Deixada para trás entre agressões verbais e físicas por uma simples razão: Liliana é lésbica, e os pais não querem uma lésbica na sua casa. Igualmente a sua companheira foi posta fora de casa de forma ainda mais violenta pelas mesmas razões. Infelizmente situações destas ainda são comuns no Portugal do século XXI.

Liliana ficou assim abandonada na casa da família, casa essa que tinha os dias contados... no dia 22 de Janeiro foi despejada pelos serviços da Câmara Municipal de Lisboa. A acção da Câmara Municipal de Lisboa foi simples e eficaz: em primeiro lugar apropriou-se ilegalmente dos seus bens (recheio da casa), depois agrediu cobardemente quem ordeiramente os tentou chamar à razão, e finalmente destruí-lhes o seu único lar.

Passaram a viver de favor aqui e ali. Entretanto a coisa soube-se nos empregos e foram liminarmente despedidas. Passaram dias em frente à CML pedindo uma solução para o seu caso. Conseguiram ser convidadas a estarem presentes numa reunião hoje, dia 2, com o Departamento de Acção Social da Câmara, onde esperavam uma solução.

A solução foi simples: "Deixe a sua companheira e imponha-se na casa do seu pai"

Simples. Acabe com a sua família actual e volte para junto de quem a agrediu, política coerente esta de quem prefere pensar em família como um conjunto de regras simples de cumprir tão proclamadas pelos movimentos "pró-família": pai-que-manda, mãe-que-serve, filhos-que-obdecem. Só se esquece dos factores principais de uma verdadeira família: respeito e amor. Coisa que Liliana e a sua companheira tinham no seu lar destruído e que garantidamente não podem ter para onde as querem mandar.

Estamos perante uma situação vivida por um casal de lésbicas, mas pergunto-me quantas famílias não estão nesta situação por este Portugal fora? Quantos são vítimas de discriminação e julgamentos sumários com base em preconceitos como homofobia, racismo, elitismo, ou qualquer outras fobias sociais.

A vergonhosa posição da Câmara da capital deste país é, a nosso ver, só o reflexo de um nazismo burocrático e frio calculismo.

Sugerimos por isso que todos e todas, indiferentemente de condição social, cor, ou orientação sexual, se manifestem junto com os nossos em frente à Assembleia Municipal de Lisboa amanhã, dia 3, a partir das 14:45 pela reeducação e humanização de Lisboa e Portugal.

João Paulo
Editor site PortugalGay.PT

 
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