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Terça-feira, 17 Setembro 2013 10:04

EUA
Vitória de uma profª trans sobre escola católica em primeira escaramuça



Marla Krolikowskii, uma professora transexual numa escola do ensino médio católica há 32 anos e cujo contrato teria sido rescindido após ser chamada de "pior do que gay" por um administrador da escola, obteve uma grande vitória no tribunal a semana passada.


Krolikowskii interpôs uma acção contra a St. Francis Preparatory School, no Queens, Nova Iorque, após a escola, alegadamente, ter dispensado a professora após se ter assumido. De acordo com elementos da escola, ela foi demitida por insubordinação, apesar do facto da rescisão se encontrar fortemente ligada ao facto de se assumir como trans.

Na Segunda-Feira da semana passada, um juiz teria rejeitado o requerimento da escola para o caso ser anulado, dando assim luz verde ao processo interposto pela professora, e aconselhou veementemente que as partes em litígio resolvessem o processo com um acordo, segundo a cadeia de televisão ABC.

"Insubordinação após 32 anos de ensino? E a insubordinação a coincidir com a expressão de ser transexual?" questionou Duane Hart, juiz do caso, com cepticismo. Também foi rejeitado um requerimento separado por parte da St. Francis Preparatory School, que afirmava que Krolikowski era essencialmente um padre, o que daria à escola a competência para contratar e demitir funcionários por motivos religiosos, sem interferência legal.

Krolikowski era professora de religião na escola há muito tempo. A acção diz que era "amada" pelos seus alunos e "sempre recebeu as classificações mais elevadas nas suas avaliações."

A identidade de gênero de Krolikowskii aparentemente só se tornou um problema quando os pais de um aluno do 9ºano se queixaram sobre a sua aparência feminina em 2011. O processo afirma que:Krolikowski começou a "usar vários brincos, manteve o seu cabelo na altura dos ombros e a usar as suas unhas cuidadas num estilo feminino" a partir de 2007, continuando no entanto a usar fato e gravata nas aulas. Quando informou os seus chefes de que era transgénero, um deles retorquiu que isso “era pior que gay”.

Foi-lhe então dito para "suavizar" a sua aparência, o que ela assume ter feito. Mas em Junho de 2012, Krolikowski foi informada que não tinha feito "o suficiente", e ia ser despedida por insubordinação.

Por todo o país houve demonstrações de indignação e apoio a Krolikowski, com petições, grupos no Facebook e vídeos no YouTube, todos articulando que a rescisão do Krolikowskii parecia injusta e transfóbica.

A escola recusou-se a comentar a decisão judicial. O advogado da escola, Philip Semprevivo, disse ao Daily News na Quarta-Feira que iria continuar a lutar. "A escola sente muito fortemente que o tribunal não tem o poder de tomar a decisão de quem contrata ou mantém", afirmou, continuando a afirmar que o despedimento não tinha nada a ver com o facto de Krolikowski ser transgénero, mas sim com a não cooperação numa investigação escolar sobre o seu comportamento. Não foi possível o contacto com o advogado de Krolikowskii para comentar o assunto.

Historicamente, a capacidade de um professor para se assumir como transgénero dentro dos limites de um espaço de trabalho regulamentado e da posição, como uma instituição educacional e como professor, tem sido difícil e encontrado resistência. O caso altamente mediático e devastador de Lucy Meadows no início deste ano evidencia as consequências terríveis que podem ocorrer quando alguém numa posição de poder maltrata a questão da identidade de género. De acordo com o sucedido, os media e reacções públicas em torno da transição de Meadows teriam influenciado o suicídio posterior da professora.

Existem, no entanto, alguns indivíduos trans que conseguiram ultrapassar com sucesso os limites do sistema educativo, principalmente com a questão da identidade de género recentemente deslocada para a vanguarda do diálogo nacional nos EUA.

Aguarda-se agora o julgamento.

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