Morreram três jovens, um adolescente e dois de maior idade, que foram colocados num acampamento de instrução pelas suas famílias para fazerem o programa que dizia "tornar os adolescentes homens".
Vários outros rapazes em "tratamento", revelaram em tribunal o que se passava no campo.
Gerhard Oostuizen, de 19 anos, disse que o jovem Raymond Buys de 15 anos, foi espancado com tábuas, paus e mangueiras, sempre que o adolescente não conseguisse realizar algum trabalho manual. Para além destes maus tratos, Buys foi vítima de choques eléctricos, obrigado a comer as suas próprias fezes e, em determinada altura que derramou algum detergente foi obrigado a beber a substância do chão.
A mãe de Raymond Buys que entregou o seu filho a Alex Koker, proprietário do acampamento e responsável pelo programa, disse eu mandei o meu filho para este curso para fazer dele um homem melhor, para lhe dar um futuro melhor, eu confiei-o a Alex koker. O campo era apresentado como uma "solução" para os jovens afeminados.
Depois de dez semanas no acampamento, Raymond Buys deu entrada no hospital com um quadro clínico que referia desnutrição, desidratação, ossos partidos e feridas por todo o corpo. Após quatro semanas em tratamento intensivo Raymond morreu.
Van Der Walt, 18 anos, foi outra das vítimas. Koker disse que a morte de Walt deveu-se a um ataque cardíaco. Após a autopsia verificou-se que Walt foi vítima de estrangulamento com um cinto de segurança.
A terceira vítima mortal conhecida foi Eric Calitz de 19 anos. Koker comunicou à família por SMS que o seu filho havia falecido devido a um ataque cardíaco. Segundo avaliação médica posterior Calitz sofreu uma convulsão, sofria também de desidratação e tinha uma hemorragia cerebral.
O proprietário e responsável pelo acampamento bem como outros intervenientes estão detidos aguardar decisão judicial.
Embora a África do Sul tenha um dos enquadramentos legais mais avançados a nível mundial no que toca a direitos de gays e lésbicas, incluindo acesso ao casamento civil, a verdade do dia a dia pode ser muito complicada para os jovens LGBT. A título de exemplo são comuns relatos de violações "corretivas" feitas a mulheres lésbicas para, supostamente, as transformar em heterossexuais.
