Viseu: Berço da homofobia em Portugal?
7 Março 2005

Estamos em pleno século XXI, temos um Governo que foi uma manifestação do desejo de mudança, mas estamos em determinadas regiões a viver no tempo do antigo regime.

Na cidade de Viseu, no dia 18 de Fevereiro, mesmo antes um acto eleitoral que deu legitimidade ao Governo liderado pelo Sr. Eng.º Sócrates, um casal homossexual é agredido no centro da cidade.

Este ataque vem na sequência de outros que tiveram início numa zona de descanso do IP5, e que graças ás posições homofóbicas do Sr. Presidente da Câmara Municipal, Fernando Ruas, deu estimulo para que esse gang de meninos muito bem vestidos, se lançassem agora na perseguição objectiva, e sistemática do seu alvo: homens homossexuais.

A passividade da PSP em relação ao assunto ultrapassa o bom senso, e ofende os contribuintes do nosso país.

"Terça-feira, dia 8 de Fevereiro, pelas 19 horas, um cidadão ia em direcção a Fátima, estacionou nessa área de descanso, enquanto aguardava que outro amigo também se lhe juntasse, vindo noutro veículo, e, de repente, viu o seu carro cercado por 6 tipos dos 20-25 anos, violentos, que o insultaram e ameaçaram. Tendo chamado a polícia, esta não veio, e só lhe perguntava o que estava ali a fazer."

Sempre pensei que a PSP fosse uma força policial que serve todos os cidadãos garantindo a sua integridade, aquilo que se vê neste relato não é isso! Como tal não sei se devo entender esta posição das forças de segurança como um acto de homofobia ou mais um caso pontual de falta de capacidade para garantir essa mesma segurança.

Apelo por isso a todos a quantos dirijo esta missiva que dentro das suas competências actuem em conformidade, e que não estejam a aguardar que alguém entre numa urgência de qualquer hospital, ou dê entrada na morgue.

Morre-se devido à homofobia.

"…chegando mais tarde a dialogar positivamente com os representantes de Roma, e alcançando inclusivé a designação de "Amicus Populi Romani", ou seja, aliado em paz com Roma."

Viriato não lutou para termos uma terra de preconceito, guerra e homofobia.

Se Portugal quer algum dia ser o que já foi em tempos: uma nação de respeito e respeitada, tem que anular, na prática, toda e qualquer forma de discriminação. (Artigo 13º da Constituição da República Portuguesa)

João Paulo
Editor PortugalGay.PT