De: Opusgay Associaçao
R. Da Ilha Terceira, 34-2º
1000 Lisboa
anser@netcabo.pt
tlm 96 2400017
Assunto: Suicídio de um preso homossexual na cadeia de Linhó
Exmº Senhor Chefe de Gabinete,
Na sequência de conversas telefónicas anteriores tidas com acessores do seu gabinete,em nome da Associaçao que represento, venho solicitar a V: Exªa para mais informaçaoes relativas ao suicidio do preso da cadeia de Linhó, que se suicidou por nao suportar mais maus tratos fisicos e psicologicos, pelo facto de ser homossexual, segundo afirmou ao Sub- Chefe Luis Almeida , no dia em que tomou essa decisão fatal.
Segundo informaçoes que detemos como verdadeiras, o preso em causa chegou a apresentar queixa contra dois guardas, e ser ouvido pela Direcçao da cadeia na Policia por esse motivo.
Aparentemente, nada foi feito para impedir tao dramático desfecho.
Gostariamos de saber,desde já que acçoes imediatas foram tomadas subsequentemente a estes factos para que nao se tornem a repetir?
Consideramos face às informaçoes que detemos estarmos perante um caso grave de desrespeito dos Direitos Humanos básicos, que nao deve ser deixado passar em branco.
Sem prejuízo de continuarmos a procurar informaçoes objectivas a este respeito de continuarmos a agir aos niveis que nos parecerem correctos com as organizaçoes de Direitos Humanos que se preocupam com estes temas, queremos deixar ,desde já, a V. Exª. a sugestao de se fazerem junto dos guardas prisionais sessões informativas sobre os gays ,lésbicas e transsexuais,para o que naturalmente esta Associaçao está disponivel, assim como certamente outras ONG´s destas áreas.
Aguardando a Vossa resposta, apresento a V. Exªa os meus melhores cumprimentos
Antonio Serzedelo
Presidente da Opusgay
Lisboa, 21-Jan. 2002