Olga Vazquez, a mãe, disse numa entrevista a uma rádio local (Radio Isla 1320) que a sua filha, Francheska Gonzalez, encontrava-se num posto de gasolina com uma amiga também transexual por volta das 03h00 de Segunda-feira, quando quatro homens saíram de um carro e sem nenhuma razão aparente, iniciaram o espancamento da sua filha.
Um dos homens, disse Vázquez ", pontapeou-a no corpo e na cabeça, uma coisa incrível. Tem um hematoma num olho, está todo inchado ", disse a mãe.
Não se tem uma descrição dos atacantes, salvo que viajavam num carro pequeno de cor roxa ou vinho tinto ", disse.
À jovem transexual foi diagnosticada uma fractura na coluna vertebral e sofre de fortes dores, disse a sua mãe.
A mãe reclamou que, embora não tenha sido feita nenhuma queixa do sucedido na segunda-feira até esta manhã (terça 19 de Abril) nenhum investigador da polícia havia questionado a vítima ou a sua família.
"Eu não sei por que embirram com transexuais. Existem pessoas que odeiam transexuais sem elas fazerem nada. É assim e pronto, mas ela não se mete com ninguém, ela é muito boa ", disse Vazquez.
O activista dos direitos humanos Pedro Julio Serrano fez-se ouvir e exije que a polícia investigue como um crime de ódio.
"Não se pode descartar o ângulo de ódio no presente caso. Francheska disse-me que teme pela sua vida porque foi ameaçada pelos atacantes. Um deles foi quem feriu Francheska, mas havia outras pessoas dentro do veículo em que chegaram à cena do crime. O ataque não foi por roubo porque nada foi roubado e a vítima foi espancada, sem justificação, enquanto gritávam insultos homofóbicos e transfóbicos", disse Serrano em comunicado.
Segundo Francheska, foi interceptada quando saía da gasolineira. Os homens começaram a dizer coisas ofensivas sobre a sua sexualidade e, não lhe dando tempo para reagir, o motorista saiu e esmurrou-a.
Eu gritava "por favor, já me deu, deixe-me e ele riu-se. Vi ódio nos seus olhos, como se de um demónio se tratasse. Vi a minha vida por um fio, mas consegui reunir forças. Estava a sangrar dos olhos, nariz e boca. Eu fui atacada por ser transexual, é isso e ponto, foi por isso", disse, irritada.
"Eu quero justiça, e eu sei que ela virá mais cedo ou mais tarde, porque ninguém tem o direito de atacar assim tão selvaticamente", afirmou
Também nos Estados Unidos, no mesmo dia mas desta vez no estado de Mariland, novo crime de ódio acontecia.
Uma jovem mulher transexual de 22 anos, Chrissy Lee Polis, quando tentava usar a casa de banho de um restaurante da McDonalds, situado na Kenwood Avenue em Rosedale, Maryland, um subúbio de Baltimore, foi violentamente agredida por duas jovens, uma de 14 anos e outra de 18, que foram identificadas e acusadas pela polícia.
O incidente ficou gravado em vídeo, que mostra a mulher a ser espancada. O vídeo do incidente foi postado por um funcionário da McDonald's num site chamado "World Star Hip Hop.com", que entretanto foi desactivado.
O funcionário, identificado como Vernon Hackett, de 22 anos de idade, postou o vídeo na sua página no YouTube e tem trabalhado para o McDonald's desde setembro de 2009. Na sua página do facebook, entretanto desactivada, pode-se ler os seus comentários em como Chrissy é um homem... estava vestido como uma mulher... e estava no WC feminino sabendo que era homem... e quando lhe foi dito para sair do WC feminino armou-se em esperto e as duas miúdas agrediram-no... não era uma mulher... e o ataque foi falso porque assim que a polícia chegou levantou-se logo. Ainda acrescentou que não era mulher nem transexual porque ainda tinha a genitália masculina.
A página de Hackett no YouTube e no Facebook foram entretanto desactivadas pelo próprio.
Como resultado, Hackett foi despedido por em vez de prestar auxílio ter ficado a gravar o incidente. A McDonalds lamentou e condenou o incidente, estando a averiguar se existem motivos para acções disciplinares aos seus empregados por nada terem feito.
"Enquanto se pode ver o gerente gritando às duas mulheres para pararem de atacar a cliente, nenhum dos outros funcionários tentaram intervir ou impedir as duas mulheres de arrastarem a vítima pelo chão do restaurante. É uma cliente mais idosa que parece fazer o máximo para ajudar. O gerente e funcionários simplesmente ficam a ver a vítima começar a ter convulsões e não oferecem nenhuma ajuda. "
Dana Beyer, activista da Equality Mariland, expressou sua indignação sobre o incidente.
O vídeo foi recentemente removido do YouTube por violar a política do YouTube sobre conteúdo chocante e repugnante.
Contrariamente ao caso de Francheska, e embora esta tenha ficado em pior estado, este caso originou uma enorme divulgação mediática e de solidariedade com a vítima, tendo o vídeo da agressão sido dos mais vistos Uma petição para se culpabilizar os empregados da McDonalds que ficaram a ver foi iniciada, uma manifestação em frente ao McDonalds foi realizada e todos os dias aparecem dezenas de notícias e comentários sobre este triste caso. Do caso da Francheska reina um silêncio opressivo.
Será por Francheska ser latina?