Com efeito, apesar de ter transicionado durante a sua vida, e estar a tomar injecções de testosterona, as associações atléticas estudantis, bem como as transfóbicas leis estatais do Texas, forçaram-no a lutar no campeonato feminino por ter nascido mulher, e por ter a sua documentação de acordo com o sexo/género de nascimento, impedindo-o de defrontar qualquer oponente masculino.
O jovem é atleta na equipe feminina do Trinity High School, apesar de existir uma equipe masculina. O jornal Dallas Morning News escreveu vários artigos sobre ele e expondo o ridículo das leis do Texas.
O caso adquiriu novas proporções quando venceu na semana passada o campeonato regional. Sem nenhuma derrota, ganhou alguns combates por não comparência das adversárias, que se recusaram a lutar com ele.
Nada desta controvérsia lhe pode ser imputada. Como jovem estudante ele simplesmente tem de cumprir as regras. E essas regras são da responsabilidade de políticos que se recusam a aceitar a realidade trans. Mack nunca devia ser forçado a competir com raparigas, e consequentemente a ganhar alguns combates por falta de comparência da adversária. Como homem trans Mack devia estar na equipa de wrestling masculina da escola.
Os políticos conservadores do Texas consideram que se se nasce rapariga, é-se rapariga, muito na preocupação manifestada com as casas de banho e balneários, mantendo leis ultrapassadas que condicionam em muito a vida das pessoas trans.
E desta vez o feitiço virou-se contra o feiticeiro. Porque os EUA dão muita importância à parte atlética, e têm leis expressamente direcionadas a abrir caminho a jovens atletas, não houve maneira de impedir que um atleta trans - cujo regime hormonal de testosterona se enquadra nas políticas estatais, aprovado por médicos - se visse forçado a competir com raparigas e vencê-las uma e outra vez, sempre que se dispuseram a enfrentá-lo.
Agora, as mesmas pessoas que o forçaram a competir com raparigas andam a bradar “batota”, afirmando que as suas vitórias são injustas.
Chris Mosier, outro atleta trans e activista, comentou no seu twitter que “as associações atléticas do secundário deviam ter políticas onde atletas trans pudessem participar pela sua identidade de género e não pelo sexo designado à nascença”.
Isto acontece no momento em que a administração Trump reverteu as políticas da administração Obama no referente ás pessoas trans, deixando estas de estarem protegidas a nível federal, delegando para os estados a criação destes tipos de políticas, nesta última quarta-feira.
Como resposta, vários estados e cidades como New York, California, Colorado ou Connecticut já afirmaram que os estudantes trans irão continuar a estar protegidos, apesar das falsas promessas de Trump.
Laura Jane Grace, guitarrista e vocalista trans da banda Against me!, que actuará no Porto este verão comentou da seguinte maneira esta decisão da administração Trump: “F**k off”, acrescentando que esta medida está a pôr em risco a vida dos estudantes trans.
Várias marchas de protesto têm estado a acontecer um pouco por todos os EUA contra esta medida.
Os próprios trans republicanos, que teoricamente terão sido apoiantes e votado em Donald Trump admitem agora que Trump falhou estrondosamente no seu primeiro teste LGBT, Caitlyn Jenner incluída.