O Prime Ministerial Board for Broadcasts/Publications Harmful to the Underaged decidiu que o livro "Third Class Woman" (Üçüncü Sınıf Kadın") da autoria de Anıl Alacaoğlu não pode ser vendido a menores de 18 anos e não pode ser publicitado.
O livro, segundo o autor, trata "dos amores, experiencias sexuais, separações, discriminação e problemas vividos por uma transexual desde a infância até aos vintes."
Alacaoğlu afirmou que a proibição imposta ao livro é um resultado de mentalidades que presumem que as crianças não podem ser homossexuais ou transexuais.
"Esperava algumas reacções negativas ao livro, mas a notificação recebida preocupou-me pelas restrições ultrapassadas que enfrenta", afirmou.
O autor descobriu que o livro tina sido considerado lesivo pelos jornais, só recebendo a notificação dez dias depois.
Na notificação pode-se ler que "favorece a homossexualidade, o que a sociedade turca não aceita moralmente, e relações anais com pessoas do mesmo sexo, o que também não é normal nos usos e tradições turcas. Obviamente que tais relações anormais e pervertidas afectariam o desenvolvimento mental das crianças negativamente".
O autor contrapõe que esta mentalidade quer impedir as crianças de descobrirem as suas orientações sexuais e identidades de género. "Não querem que as crianças julguem por elas próprias. Tentam impedi-las de questionarem e descobrirem-se e tentam conservá-las desinformadas banindo livros, filmes e websites na internet".
Afirmou ainda que não se sente amedrontado pelas proibições, "pelo contrário, estou contente por ter partilhado o meu desconforto e o desconforto de muitos outros como eu com o público." E que as proibições motivaram a focalização em temas LGBT no seu segundo livro.
Assim, espera-se impacientemente a entrada como membro de pleno direito da Turquia na comunidade europeia, apesar dos constantes atropelos dos direitos humanos praticados. Como se ainda faltassem representantes homofóbicos e transfóbicos...