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Terça-feira, 17 Janeiro 2012 08:57

ESPANHA
Transexuais em luta



PortugalGay.pt

Os transexuais andaluzes pedem a destituição da Drª Isabel Esteva, coordenadora da unidade de transexualidade e identidade de género do Hospital Carlos Haia, em Málaga.


Também criaram uma petição online a fim de recolherem assinaturas para a petição “Rescisão da coordenadora da UTIG de Málaga por chamar-nos de doentes mentais” www.actuable.es/peticiones/cese-la-coordinadora-la-utig-malaga-tratarnos-de .

Numa nota, a presidente da Asociación de Transexuales de Andalucía – Sylvia Rivera e também Coordenadora da área de transexualidade da FELGTB, Mar Cambrollé, afirma que “Perante as declarações da Drª Esteva aos media no dia 10 de Janeiro de 2012, nas quais se referia às pessoas transexuais como “pessoas que sofrem de disforia de género“ (doentes mentais), recordo-lhe que a luta dos colectivos a nível mundial é “desclassificar a transexualidade” como doença mental, “transtorno de identidade de género” ou “disforia de género”.

Que na mesma linha pela despatologização da transexualidade pronunciaram-se em vários congressos nacionais de sexologia e psicologia clínica, organizados pela FESS (Federación Española de Sociedades de Sexología), o Comissário dos Direitos Humanos do Conselho da Europa, Thomas Hammarberg, que no verão de 2011 solicitou à OMS (Organização Mundial de Saúde), a despatologização da transexualidade, declarando que “a “disforia de género” (nome dado á transexualidade em certos manuais de medicina) deve deixar de ser considerada como doença mental em países do Conselho da Europa e organismos internacionais”, acrescentando que “a manutenção deste termo - que designa as pessoas que vivem um desacordo (que não é uma contradição como você afirma) entre o seu sexo biológico e o seu sexo psicológico - na categoria de doença mental estigmatiza as pessoas transexuais e restringe a sua liberdade quando escolhem um eventual tratamento hormonal”.

E há mais, Drª Esteva, ou “perita em transexualidade”, à UE, a 26 de Julho de 2011, sugere deixar-se de considerar a transexualidade uma doença mental, pedindo a desclassificação da “disforia de género” como patologia nos organismos médicos internacionais.

E acrescenta que um enviado da OMS, Greffrey Reed, que esteve no congresso nacional de psiquiatria, em Oviedo em Novembro de 2011, declarou que “existem planos para excluir-se a transexualidade da lista de doenças mentais da classificação internacional de enfermidades (CIE 11) que terá de estar pronto em 2014”.

E continua, afirmando que “um em cada quatro casos que se manifestam na adolescência mantêm-se na idade adulta”, declarações que contradizem o estudo “Transexualidad en España”, realizado por professores do departamento de Psicologia Social, Antropologia Social, Trabalho Social e Serviços Sociais da Universidade de Málaga com o objectivo de conhecer a realidade das pessoas transexuais, que revela que é aproximadamente aos 10 anos a idade média em que uma pessoa assume que quer mudar de sexo.

Mais, como membro de Grupo de Trabalho do Ministério da Saúde para a emissão de um Protocolo de Atenção a Pessoas Transexuais que não indique patologia alguma do qual faz parte, parecem aberrantes as suas afirmações, uma falta grave na profissão que desempenha e uma deslealdade para com os outros membros do grupo de trabalho.

“Por tudo isto, os transexuais da Andaluzia convidam-lhe que saia do seu posto, e solicitam à administração que a destitua como coordenadora de uma unidade que já não se chama de “transtorno”, pois não podemos admitir que uma pessoa que coordena uma unidade que dá atenção a pessoas transexuais demonstre essa falta de sensibilidade, humanidade e desprezo pelas reivindicações do colectivo transexual, bem como às acções e declarações da sociedade civil, política e científica a nível mundial e continue letra a letra com a “disforia” ou “transtorno”, tratando-nos como “doentes” e defendendo a patologização da transexualidade.”

“Este colectivo pergunta se voce também é “perita” em conhecer os danos que certos tipos de declarações públicas referindo-se a pessoas transexuais causam ao tratarem-nos como doentes mentais. Seria bom que realizasse um estudo exaustivo sobre as diferentes faces da transfobia.”

Aguardam-se novos desenvolvimentos.

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