Até agora, as leis sobre asilo apenas previam que aspectos relacionados com género podem ser considerados pelas autoridades nacionais ao examinarem a perseguição potencial de grupos específicos no país de origem. A resolução adoptada modificou o texto especificando agora que aspectos relacionados com o género, incluindo a identidade de género, devem ter a devida consideração.
O texto agora refere a identidade de género especificamente e obriga os estados membros a terem em conta situações relacionadas com género. Anteriormente os países da UE podiam escolher a não consideração de situações relacionadas com género em pedidos de asilo.
O texto aplica-se a todos os membros da UE à excepção do Reino Unido, Irlanda e Dinamarca, que optaram pela não adopção das politicas de asilo europeias. A resolução foi elaborada e negociada com sucesso por Jean Lambert, um membro britânico do parlamento europeu do grupo Greens/EFA.
Esta é a primeira vez que uma directiva europeia vinculativa inclui a identidade de género.
Dennis de Jong, vice presidente do LGBT Intergroup e responsável pelas políticas de asilo no grupo GUE/NGL (Green United European/Nordic Green Left) comentou: Pelo mundo fora as pessoas transgénero podem ser perseguidas por serem quem são. Esta nova directiva reconhece o perigo que enfrentam e vai obrigar os estados membros da UE a terem em consideração a identidade de género nos pedidos de asilo. Espero que numa futura revisão a orientação sexual dos candidatos se torne mandatória também
Sirpa Metikainen, vice presidente do LGBT Intergroup acrescentou Estou muito orgulhosa que os meus colegas de centro direita do grupo EPP tenham apoiado esta alteração apesar das opiniões que têm sobre este tema no geral. A UE está apenas a começar a reconhecer a identidade de género como mote para perseguições, mas espero que este voto ajuda a proteger mais vidas.
Estas regras vinculativas serão aplicadas depois de serem transpostas para a legislação nacional dos estados membros à excepção do Reino Unido, Irlanda e Dinamarca que optaram por ficar de fora destes processos. Devido à entrada prevista da Croácia para 2013, é esperado que também adopte a legislação sobre asilos.