Caster Semenya tinha sido suspensa quando dúvidas sobre o seu género vieram a lume depois de ter estabelecido um recorde mundial nos 800m no ano passado, tendo sido forçada a submeter-se a testes para determinação do seu género.
Foi depois de baixar o seu melhor tempo em 4 segundos numa competição nas ilhas Maurícias que Semenya foi forçada a submeter-se a testes de género pela IAAF. De acordo com as desobertas iniciais, a IAAF pediu à África do Sul para retirar Semenya do seu leque de atletas para as competições na Alemanha, mas a ASA (Athletics South Africa) recusou.
Semenya, então com 18 anos, assegurou a vitória com um impressionante tempo de 1m.55',45'', 2,45 segundos menos que a campeã em título Janeth Jepkosgei. A IAAF ordenou então mais testes por terem sido levantadas questões sobre a sua musculação, estilo de corrida e espantosas melhoras num curto espaço de tempo.
Em Janeiro, foi autorizada a continuação de Semenya em provas apesar da investigação em curso, mas o presidente do South African Olympic Committee, Gideon Sam, disse que não correria até à deliberação da IAAF.
Agora, e de acordo com a declaração da IAAF, "A IAAF aceita as conclusões de um painel de médicos de que ela pode competir com efeitos imediatos. A notar que os detalhes clínicos do caso continuam confidenciais." Uma série de "fugas" durante os procedimentos do mesmo e a exposição mediática daí resultantes foram danosos para a saúde mental de Semenya.
Os testes de género têm sido muito controversos ao longo dos tempos, nomeadamente no pico da "guerra fria", quando se suspeitou do género de algumas atletas da União Soviética e que se veio a descobrir que andavam a tomar esteróides.
O International Olympic Committee autorizou que atletas transexuais podem competir dois anos depois de se submeterem a uma CRS.