"Muitos ataques contra pessoas transexuais ou transgéneros - especialmente contra transexuais que se prostituam - não são declarados", comentou Cerezo. "A polícia não está interessada em investigá-los adequadamente. Eles apenas os definem como crimes de amor, arquivam-nos, e ficam por aqui."
Num relatório do Conselho de Imigração e Refugiados do Canadá, a Venezuela tem diferentes níveis de discriminação, que mudam conforme as áreas são rurais ou urbanas. A discriminação contra transgéneros e transexuais é menos prevalecente em grandes cidades do que nas zonas rurais e municípios.
A professora de direito Tamara Adrian foi estudar a discriminação nas investigações policiais referentes a transexuais e transgéneros . "Acho que a violência contra a comunidade transexual está escondida dentro do altos, e crescentes, níveis de violência em que vive actualmente a Venezuela", comentou Adrian. "Os crimes de ódio são absorvidos pela violência geral no país e muitas vezes não são identificados como crimes anti-gay."
Há sete anos, a 13 de Janeiro de 2002, a International Gay and Lesbian Human Rights Commission informou que uma mulher transexual, Paola Sanchez, foi quase assassinada por agentes da polícia em Carabobo, Venezuela. Mais tarde, a polícia alegadamente entrou na sua casa sem mandato de busca e ela foi detida. Também em Janeiro de 2002, dois activistas transexuais, Vicky Martinez e Kevin Capote, foram detidos sem acusações.
O presidente venezuelano Hugo Chávez abordou estas questões no passado, mas medidas concretas em prol da igualdade não ultrapassaram a Assembleia Nacional venezuelana. Enquanto a violência contra as pessoas transexuais e transgéneros continua, os resultados para alterar esta situação têm sido um monumental fracasso.