Na mesma semana em que a transexual Tiwonge Chimbalanga e o seu companheiro Steven Monjeza foram perdoados e libertados, graças a Ban Ki-moon e à pressão internacional, no Malawi por se terem tentado casar, eis que o caso se repete, mas desta vez no Paquistão.
Malik Muhammad Iqbal é acusado de se tentar casar com uma mulher transexual conhecida como Rani numa cerimónia em Peshawar.
Como a homossexualidade é ilegal no Paquistão, punível com até 10 anos de prisão, e como a transexualidade é confundida com a homossexualidade, para as autoridades este casamento foi visto como um casamento "gay".
Rani, de 19 anos, nega a acusação, afirmando que Iqbal, de 42 anos, é um amigo não um amante. Ambos negam o facto, afirmando Rani que os 43 convidados estavam a celebrar o seu aniversário. A polícia afirma ter provas, incluindo fotos e um vestido de noiva.
Segundo o chefe da polícia de Peshawar, Shoukat Ali, "a investigação demonstrou que este homem gosta destas pessoas mais do que de mulheres. Ele (Iqbal) admitiu-o.", acrescentando que "esta é uma doença mental quando homens são atraídos por outros homens e não por mulheres."
O casal encontra-se detido e a polícia vai acusá-los de sodomia.
No Paquistão, as mulheres transexuais são denominadas de hijras, sendo o seu número estimado em 400.000 segundo organizações de direitos humanos. São frequentemente objecto de opressão e assédio, muitas sendo forçadas a sobreviver como pedintes ou trabalhadoras sexuais.