Katrina Harte, que aguarda pela sua CRS, tem sido uma cliente regular no pub Briar Dene desde os 18 anos.
Mas durante 20 anos, a antiga engenheira, escondeu o tormento emocional de se ter nascido no corpo errado.
Recentemente, Katrina, agora com 46 anos, tomou a corajosa decisão de se submeter a uma cirurgia de redesignação de sexo (CRS). E há três anos finalmente arranjou coragem de se assumir como mulher em público.
No início, Katrina foi amparada pelos clientes e staff do pub que imediatamente a aceitaram e continuaram a recebê-la bem no pub.
Mas há quatro semanas ficou abismada quando um membro do staff do pub se aproximou dela e disse que ela não poderia usar mais o WC feminino e passar a usar o WC dos deficientes, visto não ser nem homem nem mulher.
"Eu estava somente a tomar um copo e a conversar quando um empregado se aproximou de mim e me disse que eu tinha que parar de usar o WC feminino e passar a usar o dos deficientes", afirmou Katrina, acrescentando que "me disseram que era contra a lei, mas eu nunca ouvi falar de tal lei. Eu senti-me traída e enojada. É muito difícil para transexuais encontrarem um pub onde possam beber em paz".
Ela não regressou ao pub desde o humilhante incidente.
Depois desta situação, outros clientes habituais que se sentiram tão ultrajados pelo tratamento dado a Katrina, criaram um grupo de suporte no Facebook de seu nome "Support Katrina Harte", que já conta com mais de 370 pessoas e inúmeras mensagens de apoio.
Katrina diz-se assoberbada pelo apoio que tem recebido. "Não sou obviamente a única afectada por isto", desabafa. "Assumir-me foi a maior decisão da minha vida mas eu nunca, nunca me arrependi. Eu tive que tomar esse passo porque estava a morrer por dentro. Mas o que eles me estão a fazer é pura discriminação", acrescenta.
Quando contactados, o Briar Dene pub e a sua empresa-mãe Sir John Fitzgerald Ltd, ninguém se mostrou disponível para comentar.