O JN apurou que a decisão terá sido tomada por mútuo acordo entre a estação e a produtora Fremantlemedia, e que responsáveis das duas entidades estiveram reunidos durante toda a tarde de ontem para acertar pormenores sobre o final e o contrato dos concorrentes. Recorde-se que a segunda expulsão deveria ocorrer na gala desta noite.
Um passo inédito na televisão portuguesa e que pode ser considerado arriscado tendo em conta os compromissos assumidos com os patrocinadores, produtores e concorrentes.
Apresentado por Sílvia Alberto e Herman José - dois dos trunfos de Carnaxide - o programa apostava em onze concorrentes anónimos que teriam de se inteirar das dificuldades do universo feminino. Além das lides caseiras, "as ladies" passaram por um processo de transformação que "as" obrigava a submeter-se aos tratamentos de beleza mais dolorosos como a depilação.
Andar de saltos altos, saias e peruca tornou-se numa rotina nas últimas duas semanas para os concorrentes, que deixaram os lares e foram viver para uma "casa de bonecas" especialmente criada para o efeito nos estúdios da Valentim de Carvalho. Diariamente, os telespectadores ficavam a conhecer os progressos dos concorrentes, e todas as semanas era expulso aquele que recebesse mais votos do público.
Mas se a ideia do programa foi bem recebida por muitos, também houve opiniões menos favoráveis, como a da jornalista Maria Teresa Horta que, em declarações anteriores ao JN, sublinhou estar-se a "macaquear os estereótipos femininos, que são falsos, e a diminuir a verdadeira essência de ser mulher".
Porém, o certo é que foi junto do público feminino que o "senhora dona lady" alcançou melhor adesão. De acordo com dados fornecidos pela Mediamonitor, do grupo Marktest, na primeira semana de emissões, o "reality show" 62,7% dos telespectadores eram do sexo feminino.