"A torre de La Défense", peça em dois actos escrita em 1977, é o segundo texto do dramaturgo argentino Copi que o KARNART encena, depois de ter levado a cena "O Homossexual e a Dificulade de Se Exprimir" em 2005 e 2007.
Nesta nova produção, que conta com encenação de Luís Castro e interpretação de oito actores, a história passa-se num apartamento no bairro La Défense, em Paris, numa passagem de ano nos anos 70. A história cruza um casal homossexual, um travesti, uma viciada em drogas e a sua filha, um árabe e um americano num "microcosmos que permite abordar as questões da sexualidade, homossexualidade, abandono, poder e dinheiro, diferença entre pobres e ricos", segundo o encenador Luís Castro à agência Lusa.
O espectáculo estará em cena no grande auditório da Culturgest até ao dia 14 com lotação reduzida para cerca de cem espectadores, e é encenada na perspectiva de um espectáculo que combina representação e artes plásticas, pondo em prática o conceito performance e instalação.
O primeiro acto é mais performativo, mais próximo do conceito tradicional de uma peça de teatro, e a segunda parte mais plástica e e artística. Apesar de "A torre de La Défense" ter sido escrita há 30 anos, Luís Castro considera-a actual e pertinente. "Trinta anos não é muito tempo para se mudar as mentalidades. Podia passar-se no dias de hoje. Há um casal gay, os seus amigos, um árabe que é uma visita de fora, um americano", recordou Luís Castro.
Copi é o pseudónimo do dramaturgo argentino Raúl Damonte Botana, nascido em Buenos Aires em 1939 e falecido em 1987 em Paris, vítima de VIH/SIDA, deixando, além de peças de teatro, obras de banda desenhada e oito romances.