Michelle McCusker, de 26 anos, dava aulas às crianças mais novas de uma escola católica, quando engravidou de uma relação ocasional. Decidindo levar a gravidez a termo, avisou os seus superiores. Dois dias depois, foi despedida. Um processo contra a diocese de Brooklyn, à qual a escola pertence, foi instaurado esta semana por uma organização de defesa dos direitos civis.
A diocese é acusada de violar a lei federal que proibe a discriminação de grávidas e o tratamento desigual em função do género, alegando que Michelle só foi despedida por ser mulher, já que se fosse homem seria impossível saber se tinha tido sexo fora do casamento.
Uma acusação que a diocese rejeita, alegando que os professores de uma escola católica estão obrigados a assumir os ensinamentos da Igreja em palavras e acções e que é um direito da dioces e ensinar esses valores nas suas escolas e exigir aos professores que os respeitem. "A ideia de que a Igreja está a discriminar uma mulher grávida porque é mulher é ridícula, porque é óbvio que os homens não engravidam", disse, a propósito, um porta-voz da Liga Católica. "Esse é um problema a discutir com a Natureza, não com a Igreja".
Para a Liga Católica, o que está em causa é o exemplo moral - quando uma mulher engravida fora do casamento isso é visível, e admitir isso perante as crianças é assumir que está certo. Uma asserção à qual Michelle McCusker e os seus defensores respondem com uma acusação de hipocrisia "Se ela, em vez de ensinar, fosse uma aluna de uma escola católica e estivesse nas mesmas circunstâncias, as autoridades eclesiásticas teriam feito tudo para a convencer a manter a gravidez. Mas como empregadoras, apesar de toda a propaganda pró-criança e pró-família, despediram-na", diz um membro da organização Católicos pela Livre Escolha.
Mc Cusker vai mais longe "Se eu tivese abortado, nada disto teria acontecido, eles nunca saberiam."