Quatro jovens tiveram uma madrugada de terror que mais parecia um dos episódios CSI: na madrugada de sábado para domingo caminhavam juntos pela Gran Via quando foram intercetados por um grupo que após gritar “maricones” os atacaram com violência.
Depois deste primeiro ataque os agressores acabaram por fugir e as vítimas foram até um bar gay, suspeita-se na expectativa de encontrar proteção e ou refúgio, mas o que encontraram foi de novo o mesmo grupo que mais uma vez os atacou, mas as vítimas conseguiram fugir no meio da confusão.
Quando fugiam encontraram uma patrulha da polícia municipal a quem reportaram o sucedido, esta tomou nota da ocorrência e dos dados dos agressores.
Os jovens dirigiram-se então até a esquadra da área no sentido de apresentar queixa por agressão mas no caminho e pela terceira vez encontram o grupo dos agressores que desta vez agarraram um dos quatro jovens e agrediram-no violentamente na cabeça, lançando-o no chão pontapearam a vítima na cabeça e em várias partes do corpo. Os seus amigos correram a pedir auxílio. As vítimas conseguiram eventualmente apresentar queixa às autoridades suportada por exames realizados no hospital.
Aumento das agressões nos últimos anos
Não se trata de um filme de terror mas da vida real, uma realidade constatada pelo grupo Arcópoli que regista que as agressões homofóbicas em redor da zona da Chueca mas não só tem tido um aumento acentuado pelo menos desde 2004. Arcópoli é um grupo de voluntários que presta auxílio e aconselhamento a vítimas de agressão e que já alertou o Governo de Madrid, a Câmara Municipal (Ajuntamento de Madrid) entre outras entidades da cidade para a necessidade de um plano de choque, urgente, com vista a por cobro a este tipo de ataques. Refira-se que das entidades alertadas o Metro de Madrid foi o único que tomou algumas ações. Yago Blando, coordenador da Arcópoli diz que as autoridades de Madrid devem tomar medidas urgentes sobre o assunto e envolverem-se diretamente numa solução que estanque o crescente aumento deste tipo de ataques na cidade.
Carla Antonelli, deputada pelo PSOE e personalidade atenta a este tipo de fenómeno social, aponta o dedo ao PP de Mariano Rajoy e à ex-delegada do governo de Madrid Cristina Cifuentes dizendo que há planos que foram anunciados para combater estas agressões mas que ficaram na gaveta. “Denunciamos as crescentes agressões, levamos à comissão e Cifuentes prometeu um reforço na proteção destes grupos de pessoas, mas não sabemos onde ficou a realização dessas promessas”, disse Antonelli. Adiantou ainda que se os protocolos celebrados com Cifuentes estivessem no terreno estas agressões não se verificariam porque segundo a deputada do PSOE, a polícia seria mais sensível à situação.